A derrocada dos direitos humanos no país de Bolsonaro

Termina hoje, Dia dos Direitos Humanos, a campanha da Organização das Nações Unidas (ONU) – Mulheres, iniciada em 25 de novembro, contra a violência de gênero. No Brasil, o movimento popular começou essa mobilização no dia 20, Dia da Consciência Negra. “Estamos vivendo, em nosso país, um período de ataques ao que prega a Carta adotada pelas Nações Unidas, onde vamos além da interpretação do texto e que envolve, para garantia de uma sociedade democrática e justa, o bem estar social e o meio ambiente”, explica a coordenadora da Secretaria de Defesa das Diversidades, Direitos Humanos e Respeito às Etnias e Combate ao Racismo, Margot Johanna Capela Andras.

Durante a pandemia, a violência doméstica disparou no mundo. Relatório da ONU Mulheres mostra que duas em cada três mulheres sofreram ou conhecem alguém que sofreu algum tipo de violência. Apenas 10% denunciaram as agressões. No Brasil, dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos revelam mais de 100 mil casos de violência contra mulher desde então.

“Neste 10 de dezembro de 2021 não temos nada a comemorar no Brasil da era Bolsonaro, o avanço as violações dos direitos humanos se somam ao retorno da miséria, da fome, do acesso a saúde e educação. Bolsonaro simboliza esse retrocesso, que passa pelas perdas das conquistas democráticas (nessa ainda frágil democracia brasileira), da retirada de direitos sociais e os constantes ataques às diferenças, às pautas identitárias, às pessoas com deficiências e às liberdades. Ele promove políticas contra as mulheres, contra LGBTQIA+, contra deficientes e dialoga com a discriminação e o racismo”, denuncia Margot.

Pandemia do feminicídio

A relatora especial da ONU sobre violência a mulheres, suas causas e consequências, Dubravka Simonovic, pediu uma ação global urgente para erradicar o que ela chamou de “pandemia do feminicídio e da violência a mulheres.” Ela defende que sejam adotadas “ações urgentes para prevenir o assassinato de mulheres e a violência de gênero”.

No mesmo sentido, a diretora da Contee afirma que “discutir e refletir, neste dia em que o mundo foca a Declaração dos Direitos Humanos, é não aceitar e denunciar os retrocessos ocorridos por todo planeta e considerar que está intrínseca a manutenção da vida com qualidade e respeito”.

Carlos Pompe

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