‘Comparar é covardia’, diz Dilma sobre resultados de PT e PSDB em educação

São Paulo – Como era previsível no Dia dos Professores, a presidenta Dilma Rousseff (PT) comprometeu-se ontem (15), em evento com educadores e estudantes em São Paulo, a “valorizar” a docência como caminho para melhorar a educação no país. E afirmou que comparar as realizações petistas e tucanas na área é uma “covardia” porque os números obtidos pelo governo federal nos últimos 12 anos são muito melhores.

“Fomos os primeiros a fazer com que o governo federal investisse em pré-escolas e creches”, citou Dilma. “Temos desafios no ensino médio, e vamos enfrentá-los. Mas demos passos significativos no ensino técnico. Foram 208 escolas técnicas apenas nos últimos quatro anos. Os tucanos, em oito anos, fizeram 11. Não comparo as somas nossas e deles porque é covardia: dá 422 a 11. Olha, gente, é dose.”

Ao se comprometer com a “valorização” dos professores, Dilma afirmou que o apoio da categoria é o “mais honroso” que recebeu nas eleições. “Isso porque, para mim, a educação está no centro de tudo”, considerou. “Para nós, ensino público vai da creche à pós-graduação.”

No palanque, a presidenta contou com a presença de dirigentes sindicais da educação, do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, ex-ministro da Educação, e de Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde em seu governo, derrotado na corrida pelo governo de São Paulo, além do pesquisador Miguel Nicolelis, desenvolvedor do “exoesqueleto” que promete dar mobilidade a portadores de deficiência física.

“Temos que consolidar o avanço na distribuição de renda e na redução das desigualdades, tirar 36 milhões de pessoas da pobreza extrema e elevar à classe média outros 42 milhões. Um dos grandes fatores de riqueza será a incorporação da educação no patrimônio de cada brasileiro”, versou a presidenta. “A educação permite salários melhores e a formação de cientistas e tecnólogos, que propiciarão inovação na economia. A educação tem componentes transformadores de construção do futuro.”

Por “valorização” dos professores, Dilma entende, por um lado, o pagamento de salários adequados à categoria. “Temos que atrair pessoas para serem professores, porque faltam professores. Temos que melhorar a situação social dos professores e transformá-los ou em graduados universitários ou em pós-graduados.”

A presidenta lembrou que seu governo trabalhou pela aprovação de uma lei que destina à educação 75% dos royalties do petróleo recebidos pela União, além de 50% do fundo social do pré-sal. E lembrou que, de acordo com o modelo de partilha, implementado pelo governo federal, o petróleo – e não apenas os royalties – pertencem ao Estado brasileiro. “Assim, vamos transformar uma riqueza finita em riqueza permanente, que a pessoa carrega com ela.”

No palanque, Dilma atacaria o projeto do PSDB por tratar os gastos públicos com pagamento de salários aos professores como despesas passíveis de cortes orçamentários. “Em educação, é fundamental gastar em custeio. Eles chamam de custeio, genericamente, o gasto com professores, a manutenção da estrutura escolar e a garantia de funcionamento”, pontuou.

Daí que Dilma afirmou a importância de comparar as gestões petista e tucana à frente do governo federal. “São dois projetos que vão se enfrentar. Um deles considera que política social não é acessório que serve para colorir programas de governo. Para nós, o que move o desenvolvimento de um país é a política social. Essa é a diferença fundamental”, considerou. “Por isso é que, conosco, o salário mínimo cresceu 73%. Por isso é que, com eles, havia 11,4 milhões desempregados.”

Dilma afirmou que, em setembro, o país registrou a criação de 123.785 novos postos de trabalho com carteira assinada. “Desde 2008, foram 12 milhões de empregos criados. Apenas em meu governo, foram 5,7 milhões – mais de 900 mil apenas entre janeiro e setembro”, sublinhou. “E isso num contexto de crise, quando a situação volta a se apertar na União Europeia e quando as vinte maiores economias do mundo registram uma taxa de 100 milhões de desempregados.”

Da Rede Brasil Atual

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