Comunidade puquiana em defesa da democracia

Ato em defesa do Estado Democrático de Direito aconteceu simultaneamente em diversos locais do Brasil

Centenas de professores(as), estudantes e funcionários(as) participaram nesta manhã (11/8), em frente ao Tuca, do ato para a leitura da “Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, evento que aconteceu simultaneamente em diversos locais do Brasil.

O documento foi elaborado por iniciativa da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), e já recebeu mais de 967 mil assinaturas. Acesse e assine: www.estadodedireitosempre.com.

A PUC-SP é signatária da carta junto com outras universidades e instituições e no evento realizado na Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, que também ocorreu nesta manhã de quinta-feira, a reitoria Maria Amalia Andery representou a Universidade. Além de docentes e estudantes da USP, o ato reuniu juristas, artistas e empresários para a leitura do documento.

Como os eventos aconteceram no mesmo horário, a reitora enviou uma mensagem à comunidade: “A PUC-SP sempre se posicionou inequivocamente e este é um momento em que não se pode calar”.

Diversos representantes de faculdades e entidades da PUC-SP, que participaram da atividade no Tuca, se manifestaram sobre a importância do ato e o papel da Universidade nesse momento.

Confira:

“A PUC-SP, como sempre, preocupada com os destinos do país, está presente hoje nesse importante ato apoiando e defendendo o Estado Democrático de Direito. Temos aqui muita gente discutindo e se colocando em defesa da democracia”.

Mariangela Belfiore Wanderlei, chefe de Gabinete da Reitoria representou a reitora Maria Amalia Andery

“Esse ato aqui na frente do Tuca tem um simbolismo importante, porque esse é um espaço de resistência contra a ditadura, contra o estado de exceção e de luta por uma concepção de cultura livre, avançada e progressista, também por uma visão de ciência e por uma defesa da educação humanista e crítica. Então, nós não poderíamos enquanto PUC-SP e Tuca, por todo seu simbolismo, estar fora dessa manifestação que está ocorrendo no Brasil inteiro, em defesa do estado democrático de direito. Minha participação nesse ato, enquanto diretora da Faculdade de Educação, foi no sentido de recuperar um pouco da história de uma universidade que desenvolveu uma luta contra o estado de exceção. A PUC-SP foi um espaço que acolheu os perseguidos, desde o primeiro momento se posicionou e ajudou a organização do movimento estudantil, mesmo na clandestinidade, ela ajudou na luta de resistência, por que os 21 anos de ditadura foram também de luta. Nós sabemos que essa carta está sendo subscrita por 870 mil pessoas de vários setores, inclusive alguns que são antagônicos e tem projetos sociais e políticos contrários, mas o momento está exigindo essa unidade já que estamos vivendo uma constante ameaça de golpe. A sociedade se uniu para dizer que nós não vamos aceitar um golpe, que queremos a defesa do estado democrático, apesar das dificuldades democráticas que nós temos nesse país. Inclusive alguns setores que hoje estão assinando a carta, em 1964, apoiaram o golpe militar, e se até eles estão agora dizendo não, isso é muito significativo”.

Madalena Guasco Peixoto, diretora da Faculdade de Educação 

“Os funcionários fazem parte da Universidade e participaram ativamente de todos momentos importes da PUC-SP. Hoje não seria diferente e estamos aqui apoiando esse ato tão relevante. É um movimento que tende a crescer e precisamos estar presentes para garantir a nossa democracia”.

Helena Borges – Presidente Afapuc

“Hoje o que tivemos aqui foi uma demonstração de resistência da comunidade puquiana. Mais uma vez a PUC-SP fazendo história. Nós conclamamos a todos os alunos, professores e funcionários para que estivessem conosco hoje para realizar o evento elaborado pela Faculdade de Educação e pela APG – PUCSP, da qual estou presidente e representante aqui. Recebemos apoio de diversas faculdades e outras entidades como Afapuc e Apropuc. Acho muito importante nesse momento em que a democracia corre sério risco e o processo eleitoral está sendo posto em xeque, que a gente possa se organizar e fortalecer este corpo da universidade e somos aqui também representantes do povo brasileiro. A gente veio aqui fazer a nossa voz valer para que a democracia seja respeitada. Nós não vamos aceitar nada menos do que uma eleição correta, um processo eleitoral legítimo, e que a vontade do povo seja respeitada nas urnas”.

Cristiane Fairbanks – Presidente da Associação dos Pós-Graduandos da PUC-SP (APG)

“Eu acho que o ato vem num momento fundamental, ele é um momento paradigmático para os dias que nós estamos vivendo, não só nós aqui na PUC-SP, mas na sociedade civil como um todo. Todos se sentem sufocados por um governo que asfixia em diversos âmbitos. A gente vê nosso sistema de saúde dilapidado, a péssima gestão durante a pandemia de Covid-19 e as consequências que nós estamos vivendo agora. Os ataques contra a educação tanto a fundamental como a superior, os cortes de verbas de bolsas de estudo. Tudo isso é um movimento que vem sufocando a sociedade como um todo. Percebemos andando pelas ruas de São Paulo o número de pessoas desabrigadas, sem teto, pedindo, rogando por alimentos nas esquinas, isso é um reflexo do desgoverno que nós estamos vivendo nesses últimos 4 anos. Eu acho que um ato como esse não é só significativo para a comunidade puquiana, mas é um reflexo dessa sensação asfixiante da sociedade civil como um todo”.

João Teixeira – Presidente da APROPUC

Jornal da PUC-SP

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