Contee promove debate sobre o que sustenta e a quem interessa o discurso do retorno às aulas presenciais

30/09/2020Última Atualização 30/09/2020

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A Contee realiza na próxima quarta-feira (30), às 19h30, um debate ao vivo, que será transmitido pelo YouTube e Facebook da Confederação, sobre o que sustenta e a quem interessa o discurso do retorno às aulas presenciais. Para tratar do assunto, a entidade convidou Daniel Cara — cientista político, doutor em Educação, professor da USP e membro da Campanha Nacional pelo Direito à Educação — e Hermano Castro — médico pneumologista, doutor em Saúde Pública e diretor da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz. A mediação será feita pela coordenadora da Secretaria de Assuntos Educacionais da Contee, Adércia Bezerra Hostin dos Santos.

No último sábado (26), participando de ato virtual realizado pelo Sinpro-Rio em defesa da vida e contra à volta irresponsável às aulas presenciais, a diretora da Confederação destacou a importância desse tipo de discussão. “Neste momento totalmente adverso que a sociedade brasileira atravessa, sem que de fato o governo federal trate com seriedade todas as questões de ordem do controle da pandemia da Covid-19; momento em que foi naturalizada a morte de mais de 140 mil brasileiros, que tinham família, amigos, sonhos; em que, depois de anos, o Brasil volta a estar no mapa da fome; em que o atual ministro da Educação escancara sua homofonia e o desrespeito à escolha de cada um, bem como o descomprometimento com a universalização do acesso à educação, lavando as mãos quanto ao retorno das aulas e, principalmente, atendendo aos interesses do lobby privatista da educação… Neste momento, eu reafirmo — hoje, aqui e sempre: educação não é mercadoria”, declarou Adércia.

“Não somos apenas um número. Exigimos que o retorno às aulas presenciais aconteça apenas com o controle total da pandemia e condições para os trabalhadores da educação da rede pública — que viram grande parte dos alunos sair das escolas devido à evasão escolar — e para os do setor privado de ensino — que em sua grande maioria arcaram com todos os custos para manter o trabalho remoto funcionando e que vivem assombrados pelas reduções salariais e o medo constante da demissão que ronda cada ato de coragem de contestar o sistema. Abaixo todos os decretos de volta às aulas do país, que sequer dialogaram com os principais envolvidos no processo educacional:professores, funcionários da educação e comunidade escolar. A vida acima do lucro!”