CPMI não admitirá mentiras sobre o golpe: “pedido de prisão será feito”, diz Eliziane

“Nós não vamos aceitar avacalhar os trabalhos da comissão”. “Estava em curso claramente um ato golpista caracterizado pelo incentivo e pelo questionamento do processo eleitoral”, afirmou a relatora da CPMI do Golpe

A relatora da CPMI do Golpe, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), disse que vai investigar o incentivo e o financiamento do movimento que negava o resultado das eleições e que será preso quem mentir nos depoimentos.

“Se tiver falso testemunho na CPI, pedido de prisão será feito. Nós não vamos aceitar avacalhar os trabalhos da comissão. E eu, como relatora, não vou aceitar achar que vem para a comissão tripudiar ou tentar manipular ou instrumentalizar o colegiado”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo.

Ela informou que o plano de trabalho da comissão será apresentado na próxima terça-feira (6).

Eliziane falou que é “muito cedo” para confirmar se o ex-presidente Jair Bolsonaro vai ser convocado. “Vamos apresentar nosso plano de trabalho, se a gente vir que há necessidade de chamarmos o ex-presidente, vamos chamar”.

“Vamos fazer uma relação das falas dele [Bolsonaro] e, ao mesmo tempo, entender melhor como se deu esta conversação dele, o envolvimento dele com pessoas que podem estar diretamente ligadas ou não ao processo do 8 de janeiro”, explicou a relatora.

“Vamos buscar financiadores. Qual a relação desses financiadores com quem estava ocupando os espaços da Presidência da República? As quebras de sigilo, as oitivas que foram solicitadas vão nos dizer isso”, acrescentou.

“O que foi a invasão na sede dos Três Poderes? É uma invasão em Casas que representam a República brasileira. Subentendem que estava em curso claramente um ato golpista caracterizado pelo incentivo e pelo questionamento do processo eleitoral”, continuou.

A senadora Eliziane Gama disse que conta com o “envolvimento da população que nos ajudará a chegar nos financiadores, nos autores”.  “Que são os pontos-chaves”, acentuou.

Para ela, a oposição ao governo tem como “ponto fundamental” uma “narrativa, não o fato concreto”.

Os parlamentares bolsonaristas tentam “dizer que o próprio governo planejou uma invasão de sua própria sede”. “O fato concreto é que vai dizer. Eu estou muito certa de me blindar dessas narrativas. A relatoria tem que ter uma visão muito imparcial e concreta. Temos de trabalhar com dados, elementos, não com memes e lacração”, observou a senadora.

Ela rejeita a narrativa da oposição de que foram pessoas infiltradas que começaram a invasão e a depredação, e não os apoiadores de Jair Bolsonaro.

“Estamos num momento de rede social tão intensa, de facilidade de acesso ao perfil de uma pessoa, que se tivesse, naturalmente, já seria de conhecimento público”, argumentou.

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