MERCANTILIZAÇÃO
Estudantes protestam contra "semi-aulas" na Unicsul
 

No início deste semestre, os calouros da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul) foram surpreendidos com uma novidade: 20% das aulas serão, obrigatoriamente, "semi-presenciais", ou seja, transmitidas pela internet.

Um grupo de alunos procurou a UNE e a União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP), depois de não ser atendido pela direção da Unicsul. Eles afirmam que não foram consultados a respeito da mudança. Segundo eles, não existem computadores suficientes na instituição para que todos os estudantes possam acompanhar as aulas on-line.

Para combater essa medida, os estudantes, com o apoio das entidades estudantis, se organizaram e promovem amanhã, terça-feira (22), um ato no campus São Miguel, marcado para as 19h.

Paga mais não leva
A carga horária também foi atingida pela mudança. Os alunos afirmam que pagam por 1 hora e 40 minutos de aula, mas com a nova modalidade esse tempo diminuiu para 15 a 30 minutos, sendo que não há nenhum desconto nas mensalidades. Cálculos apontam que essa redução soma uma semana longe da universidade por mês. Os professores também foram atingidos, recebendo 50% a menos por aula dada.

Para o presidente da UEE-SP, Augusto Chagas, a medida é absurda. "O mais inaceitável é que os estudantes sequer foram consultados a respeito da mudança, sendo eles os mais atingidos pela ‘novidade’. Outro ponto é que essa modalidade tira o aluno da sala de aula, além disso, não podemos deixar de pensar que é também uma forma de baixar os custos e aumentar a lucratividade da universidade", diz.

Ainda de acordo com Augusto, uma mudança deste porte tem o poder de unir os estudantes. "Vamos parar o campus. Chamar a atenção de todos para mais essa tentativa de mercantilização do ensino superior, o objetivo é barrar as semi-aulas", convoca.

(Da Redação – 24/5/2007)