Em defesa da democracia, Diretoria Executiva defende participação no 7 de setembro

A Diretoria Executiva da Contee se reuniu na manhã e no início da tarde desta quarta-feira (1) para debater uma série de questões que vão desde a conjuntura política às vésperas do 7 de setembro até a participação e atuação da Confederação e de suas entidades filiadas na II Conferência Nacional Popular de Educação (Conape 2022).

As manifestações de 7 de setembro — tanto as convocadas por bolsonaristas, com ameaças de golpe, quanto as organizadas pelos movimentos e forças progressistas defensores da democracia — foram o ponto central do debate de conjuntura. Os diretores apontaram o acirramento da tensão, inclusive institucional, pelo qual passa o país. Foram levantados pontos como as posições da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban); a quebra do sigilo bancário de Carlos Bolsonaro; o andamento da CPI da Covid-19; a crise econômica; a notícia de que uma pesquisa da XP Investimentos mostra a ampliação eleitoral de Lula sobre Jair Bolsonaro; e, diante desse cenário cada vez mais estreito, o crescimento das ameaças golpistas feitas pelo atual presidente.

Durante o debate, a Diretoria Executiva destacou o quanto a política ultraliberal depende do autoritarismo, porque requer retirada de direitos. E o quanto, para enfrentá-la — incluindo as elites que ainda defendem as medidas do ministro da Economia, Paulo Guedes —, é necessária uma ampla articulação das forças democráticas. Embora, segundo ponderações de alguns dirigentes, Bolsonaro dê cada vez mais mostras de não pretender respeitar a via eleitoral, foi observado ainda que o fortalecimento da esquerda e das forças progressistas para a eleições não pode se concentrar apenas na disputa presidencial, sendo imprescindível focar também em boas candidaturas para a Câmara dos Deputados e para o Senado. Além disso, dirigentes da Contee ressaltaram a centralidade da disputa pela comunicação e a necessidade de aprimoramento de nossas entidades e movimentos nesse campo.

Em face desse contexto, a despeito das ameaças golpistas previstas para o Dia da Independência, a Executiva aprovou a convocação e a ampla participação das entidades de base para as manifestações democráticas de 7 de setembro, inseridas no Grito dos Excluídos. Já no campo econômico, foi aprovada a intervenção da Contee e das filiadas junto aos senadores — sobretudo os que concorrem à reeleição no próximo ano — contra os 70 jabutis inseridos pela Câmara no texto da Medida Provisória 1045, que promovem uma nova reforma trabalhista e arrasam com os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

Conape e Diretoria Plena

Durante a reunião desta quarta-feira, a Executiva da Contee traçou alguns parâmetros para a confecção dos materiais da Confederação para orientar a participação das filiadas nas etapas preparatórias para a Conape 2022. Foi definido que seja feita uma retrospectiva da Conape e de sua organização, com informações das datas e um mapeamento e posicionamento fortes da Contee em relação ao processo de conferência, em diálogo com a sociedade civil.

Sobre o documento-referência, foi proposto que a Contee chame a atenção para os ataques privatistas configurados nas propostas empresariais de autorregulamentação da educação privada, gestão privada da educação pública e agressividade do capital aberto na educação básica. Uma plenária de entidades filiadas à Contee será realizada no próximo dia 11 exclusivamente para tratar da Conape. E foi indicada também a realização, pela Confederação, de três conferências livres até a etapa final, no ano que vem.

Ainda neste mês, do dia 23 ao dia 25, será realizada a primeira reunião ampliada da Diretoria Plena da Contee. O debate de hoje encerrou-se com uma discussão acerca da saúde financeira da entidade e das estratégias para reduzir custos e aumentar a arrecadação.

Por Carlos Pompe e Táscia Souza

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