Empresários do ensino serão responsabilizados por contágio de Covid no trabalho

Reunida na tarde desta sexta-feira, 26, a Diretoria Executiva da Contee debateu o retorno das aulas presenciais e, diante do avanço da pandemia no país, decidiu que entrará com ação criminal contra as escolas onde ocorrerem a contaminação dos trabalhadores do ensino. “A categoria não foi vacinada e está ocorrendo a ampliação da fase dois da doença, com novas variantes. É forte a pressão de empresários, prefeitos e governadores pela volta às aulas sem a segurança sanitária. Governos de vários estados estão dizendo que podem entrar em colapso na saúde e o país bate recorde histórico de mortes. Menos de 3% da população foram vacinados e já faltam vacinas. Forçar a volta às aulas presenciais nesta situação calamitosa é crime, e responsabilizaremos criminalmente os empresários responsáveis”, anunciou o coordenador-geral, Gilson Reis.

Os diretores decidiram realizar uma campanha nacional contra a volta às salas de aulas sem a segurança sanitária e acionar o departamento jurídico para proteger os trabalhadores em estabelecimentos de ensino, levando em conta, inclusive, que também os alunos e seus familiares estão sendo irresponsavelmente expostos à transmissão do vírus.

A diretoria discutiu a situação política do país, onde vem sendo imposto, pelo Governo Bolsonaro, o projeto ultraliberal, com a predominância do capital financeiro sobre o produtivo e a soberania nacional sendo aviltada diante da globalização capitalista. Apontou-se que a política de privatização é predominante, resultando no aumento da concentração da riqueza, de um lado, e da pobreza e miséria, do outro, o que vinha ocorrendo mesmo antes da pandemia. Bolsonaro quer a desregulamentação total do trabalho, num país com 14 milhões de desempregados e 40 milhões de informalizados. O ataque à democracia e aos movimentos populares e a instigação à formação de milícias fascistas visam garantir essa orientação antipovo.

O movimento popular, dividido e sem projeto alternativo, enfrenta dificuldades. Mesmo assim, alcança vitórias parciais e, no setor do ensino, prepara o Fórum Nacional Popular pela Educação, que tem sido importante articulador das categorias envolvidas. A Contee é participante do Fórum e está envolvida na preparação da próxima Conferência Nacional Popular de Educação.

A luta pela vacinação em massa tem aglutinado amplos setores e levado à procura maior dos trabalhadores pelos seus sindicatos. Nestas circunstâncias, a Confederação vem atuando junto aos trabalhadores em estabelecimentos de ensino, tanto na defesa de condições sanitárias de trabalho como também no enfrentamento à ofensiva de Bolsonaro contra os direitos trabalhistas. Prepara, igualmente, seu congresso, a ser realizado em julho.

Foi formada uma comissão, integrada pelos diretores José de Ribamar Virgolino Barroso, Fábio Eduardo Zambon e a sindicalista Cristina Castro, para contatar as entidades que estão em débito financeiro com a Confederação visando acertar a situação e garantir a participação no congresso de julho.

Uma outra comissão, formada por Gilson Reis, Allysson Queiroz Mustafa e Oswaldo Luis Cordeiro Teles, irá discutir a possibilidade de negociações nacionais nas campanhas salariais da categoria.

Para aprofundar a compreensão do momento vivido pelo país e pelo mundo, a Contee também irá realizar, periodicamente, debates via internet (lives) sobre assuntos que digam respeito à categoria e demais trabalhadores, propiciando formar uma rede nacional de comunicação.

Carlos Pompe

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