Iago Montalvão é o novo presidente da UNE

57º Congresso da UNE elegeu nova diretoria da entidade, aprovou resoluções, ampliou a campanha pela educação e anunciou o novo ”Tsunami” para o próximo dia 13 de agosto em todo o país

Terminou neste domingo (14) em Brasília o 57º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). O estudante de Economia da Universidade de São Paulo (USP), Iago Montalvão, natural de Goiânia (GO), foi eleito presidente da entidade durante a Plenária Final do encontro, realizada no Ginásio Nilson Nelson.

Candidato da chapa 6 “Tsunami da Educação”, Iago obteve 4053 votos (70,92%) e assumirá a presidência da UNE pelos próximos dois anos.

Seis chapas foram inscritas. Em segundo lugar veio a chapa 5 “Oposição unificada para derrotar o governo Bolsonaro” com 1228 dos votos (21,49%). Em terceiro a chapa 4 “Socialistas” com 234 votos (4,09%). Em quarto lugar ficou a chapa 1 UNE para tempos de guerra, com 200votos (3,5%). As chapas 2 ”São eles ou nós: que os capitalistas paguem pela crise” e 3 Juventude que batalha retiraram suas candidaturas. Brancos e nulos somaram 12 votos. O total de votos válidos foi de 5715.

Este foi um Conune com número recorde de delegados inscritos. Ao todo foram 8013 estudantes.

O novo presidente reforçou a unidade entre as forças populares e do movimento estudantil para ocupar as ruas e derrotar os desmandos do governo Bolsonaro.

“Apesar das nossas diferenças é essa pluralidade que faz a UNE estar gigante. Saindo desse ginásio precisamos estar unificados nas ruas para derrotar Bolsonaro. Só a luta e os estudantes mobilizados conseguirão derrotar este governo. É tarefa de cada um de nós passar em muita sala de aula porque quando a gente se une a gente derrota aqueles que são os inimigos do povo”, falou.

Iago estará à frente da UNE em um momento de muitas lutas. A primeira delas já tem data marcada: 13 de agosto, dia aprovado durante a plenária final para ser o novo Tsunami da Educação contra os cortes e por mais bolsas, pesquisa e investimento.

Documentos Aprovados

Além da nova diretoria, a 57ª edição do Conune aprovou em consenso a “Carta de Brasília”, documento que unifica as reivindicações do movimento estudantil presentes no encontro.

Além disso, foram aprovadas no sábado (13) três resoluções (conjuntura, movimento estudantil e educação), e 16 moções sobre diversos assuntos como, por exemplo, apoio e solidariedade ao povo Venezuelano; o fim das disciplinas online obrigatórias; o repúdio ao acordo firmado entre o Mercosul e a União Europeia; e o fim dos ataques de Bolsonaro a saúde pública brasileira.

A plenária final também jogou peso na luta da UNE pela educação e na resistência do movimento estudantil diante dos retrocessos. O documento aprovado diz que ”a educação pra além de ser um setor essencial para a formação do nosso povo e a superação de desigualdades, deve ser também a principal ferramenta para tirar nosso país da crise. Por isso seguiremos nas ruas, no terceiro dia nacional em defesa da educação em 13 de agosto, contra o governo Bolsonaro e seus ataques, lutando por mais investimentos e pela valorização das nossas universidades, escolas, da Ciência e Tecnologia, por mais emprego e aposentadoria digna.”

Mais livros menos armas

O Congresso teve início na noite de quarta-feira (10), na Universidade de Brasília (UnB) com o lançamento da campanha ”Mais livros menos armas”. Na ocasião, estudantes fizeram uma apresentação dramática e desfilaram com estandartes que exibiam importantes obras da literatura nacional.

Pela educação e contra a reforma da previdência

No segundo dia do Conune, a Esplanada dos Ministérios foi ocupada por cerca de 50 mil estudantes que participaram da passeata pacífica da UNE “ Educação, emprego e aposentadoria”.

“As atrocidades que o governo vem cometendo pelo Brasil não serão feitas sem que haja resistência do nosso povo. Estamos aqui para gritar por liberdade, por direitos e por nossos sonhos.Estamos aqui para lutar pela oportunidade de termos uma vida melhor e é por isso que o movimento estudantil, as centras sindicais e os movimentos sociais estão de mãos dadas”, destacou a presidenta então presidenta Marianna Dias.

Debates e grupos de discussão

O 57º Congresso da UNE contabilizou nada menos do que 25 debates sobre temas caros para a juventude e todo o povo brasileiro. Educação, meio ambiente, soberania nacional e autonomia universitária estão entre alhuns dos assuntos que lotaram os auditórios e salas da Universidade de Brasília (UnB).

Convidados importantes também passaram pelo Conune. Foi o caso do jornalista e fundador do Intercept Glenn Greeenwald, do deputado federal Marcelo Freixo, do líder do MTST Marcelo Boulos, da vice-governadora de Pernambuco Luciana Santos , o deputado federal Orlando Silva e muito mais.

Doze grupos de discussão também movimentaram a agenda estudantil no Congresso.

O Conune também homenageou o Patrono da educação brasileira Paulo Freire, e realizou uma grande plenária pela liberdade do ex-presidente Lula.

40 anos de reconstrução

O ato político em homenagem aos 40 anos de reconstrução da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado no sábado (13), no Ginásio Nilson Nelson, reuniu nada menos do que 15 ex-presidentes e dois ex vice-presidentes da UNE que contaram a uma plateia jovem e atenta um pedacinho de suas histórias.

Festival da Democracia

Ao término dos três primeiros dias de Conune, shows fechavam a programação cultural coroando esse momento de luta com festa e alegria.

Passaram pelo festival da democracia Vera Veronika, a banda Atoxxa, RAPadura, Duda Beat, Leci Brandão e a bateria da escola de samba Estação Primeira de Mangueira.

UNE

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