Injusta, campanha do governo para manter o Enem ignora desigualdade educacional

A Carta Capital publicou hoje (5) reportagem sobre a campanha recentemente divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) acerca da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A peça levantou polêmica, porque, assim como a própria manutenção da data das provas, passa por cima da imensa desigualdade social e educacional do país, como se todos os estudantes, da rede pública e do setor privado, estivessem nas mesmas condições de assistir a aulas remotas e prosseguir no preparo para o exame em plena pandemia.

“E se uma geração de novos profissionais fosse perdida? Médicos, enfermeiros, engenheiros, professores. Seria o melhor pro nosso país? A vida não pode parar. É preciso ir à luta, se reinventar, se superar”, diz o ator que representa um estudante na campanha. Sua fala é seguida da de uma atriz, que proclama: “Estude, de qualquer lugar, de diferentes formas, pelos livros, internet, com a ajuda a distância dos professores”.

“A propaganda do MEC para as inscrições no #Enem é antipedagógica. E injusta. Estudantes que não têm condições de estudar precisarão ter ainda mais força mental para se inscrever. É a lógica do bolsonarismo: beneficiar os privilegiados”, criticou, via Twitter, o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara.

A necessidade de adiamento do Enem foi incluída pela Contee no documento “Defesa do Brasil, do emprego e da educação”, divulgado nacionalmente, inclusive na própria Carta Capital, no último dia 1° de maio, Dia dos Trabalhadores e Trabalhadoras. “Como representante de mais de 1 milhão de professores, auxiliares e técnicos administrativos da educação privada em todo o país, a Contee, nos âmbitos trabalhista e educacional: (…) defende o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a fim de que não se ampliem ainda mais as desigualdades sociais e educacionais”.

Por Táscia Souza, com informações da Carta Capital

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