Lula: “A Petrobrás não será fatiada”

Presidente eleito condenou o pagamento antecipado de dividendos e “nada para investimentos”

Na quinta-feira, o presidente eleito Lula, ao discursar no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde se reúne a equipe de transição de governo, afirmou que no seu governo a Petrobrás não será fatiada e que o Banco do Brasil não será privatizado.

“Quero dizer para vocês que as empresas públicas brasileiras serão respeitadas. A Petrobrás não vai ser fatiada, quero dizer que o Banco do Brasil não vai ser privatizado, assim como a Caixa Econômica e o BNDES, o BNB e o Basa voltarão ser bancos de investimento, inclusive para pequenos e médios empreendedores”, declarou.

Lula criticou o pagamento antecipado de dividendos da Petrobrás. “Só nesse governo foram pagos mais de R$ 150 bilhões em dividendos aos acionistas da Petrobrás e nada para investimentos. E essa semana inventaram a distribuição de mais R$ 50 bilhões de um possível lucro futuro! Qual é a ideia? Esvaziar o caixa da Petrobrás para que a gente não possa fazer nada, e vocês sabem que esse país hoje não consegue refinar a quantidade de gasolina que ele precisa”, declarou. “Já fomos exportador de gasolina e agora importamos”, disse, lembrando a quantidade de empresas que surgiram no país para importar combustível dos EUA, pagando o preço em dólar.

O governo Bolsonaro acelerou o desmonte da Petrobrás, com a venda da BR Distribuidora, Liquigás, campos de petróleo, terminais, gasodutos, refinarias e paralisou obras da estatal, como a Comperj e a fábrica de fertilizantes.

BNDES

Lula lembrou, também, o desmonte do BNDES. “E agora vão pegar mais bilhões do BNDES, agora, antes da nossa posse, para que também deixe o BNDES vazio para que a gente não tenha capacidade de investimento”, denunciou.

Na terça-feira (8), o ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, assinou o repasse antecipado de R$ 45 bilhões de valores do aporte feito ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelo Tesouro Nacional. Os recursos tirados de investimentos serão destinados ao pagamento de juros da dívida pública, recursos transferidos a bancos e rentistas.

Durante o discurso, Lula questionou por que o Brasil tem meta de inflação, mas não tem meta de crescimento. “Somente o Estado é que pode tomar as decisões que podem garantir estabilidade política, estabilidade econômica, estabilidade jurídica e estabilidade social”, declarou.

Hora do Povo

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