Mais 331.901 postos de trabalho formais foram destruídos em maio
A recessão econômica – que segundo a FGV teve início no primeiro trimestre do ano, antes da pandemia e das quarentenas – prossegue provocando efeitos devastadores sobre o mercado formal de trabalho. Dados do Caged divulgados nesta segunda (29) indicam que o país já acumula 1,144 milhão de postos de trabalho formais (isto é, com carteira assinada) fechados.
Em maio foram destruídas 331.901 vagas. Ocorreram 703.921 contratações e 1.035.822 demissões. Em maio do ano passado o saldo foi positivo, com geração de 32.140 postos. Na comparação anual durante o mês passado o número de contratações caiu 48%.
No acumulado do ano, o Brasil fechou 1.144.875 postos formais de trabalho. No mesmo período do ano passado o país havia gerado 351.063 vagas formais.
A situação no mercado informal não é melhor. São dezenas de milhões que ficaram emprego e sem renda e cuja única fonte de renda é o auxílio emergencial de R$ 600 mensais, valor que o governo quer reduzir depois de encerrar os três meses para os quais o recurso foi inicialmente previsto.
Setores
Em maio, a agricultura foi a única que gerou postos de trabalho: foram 15.993. Serviços foi o setor que mais fechou vagas. Veja abaixo:
Serviços: -143.479
Indústria geral: -96.912
Comércio: -88.739
Construção: -18.858
Dentro do setor de serviços, o ramo que mais fechou vagas foi o de alojamento e alimentação, que ficou com saldo negativo de 54.313, seguido pelo de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, que destruiu 37.687 postos de trabalho.
Arrocho salarial
Além do desemprego os assalariados com carteira assinada em geral sofrem com a redução de salários, que vai de 25% a 70%, e é compensada apenas parcialmente pelo governo. Muitos patrões também têm usado a pandemia apenas como pretexto para arrochar os salários de seus empregados.
Estatísticas do Ministério da Economia mostram que, até o dia 26 de junho, 11,6 milhões de trabalhadores e trabalhadoras aderiram ao programa emergencial de manutenção de emprego, que prevê corte de salários e jornada em troca da estabilidade do emprego durante a pandemia. Confira os números:
Suspensão de contrato de trabalho: 5,423 milhões
Redução de 25%: 1,706 milhão
Redução de 50%: 2,144 milhões
Redução de 70%: 2,256 milhões
Intermitente: 167 mil