Mobilização permanente pela educação e contra a reforma da Previdência

A reunião da Diretoria Executiva da Contee, iniciada nesta quarta-feira, 22, decidiu pela participação ativa no dia de luta dos estudantes em defesa da educação, 30 de maio, e na greve geral do dia 14 de junho para derrotar a reforma da Previdência. “Depois do grande sucesso da greve da educação no dia 15, além de todas as expectativas, nos manteremos na ativa. Todo apoio às manifestações estudantis do próximo dia 30 e toda a força para realizarmos a maior greve geral da história do país no dia 14. Vamos defender o ensino de qualidade e a nossa aposentadoria”, conclamou o coordenador-geral, Gilson Reis.

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG), que também é professor, abriu os debates sobre a situação política, econômica e social do país. “O ato do dia 15 pode ter sido uma virada na conjuntura do país. Centenas de milhares de brasileiros foram às ruas em mais de 200 cidades, incluindo todas as capitais, defender ensino público, pesquisa e a aposentadoria, ameaçados pela reforma que o Governo Bolsonaro pretende impor. O presidente tem um discurso reacionário nos costumes e adota uma política ultraliberal, de retirada de direitos sociais, destruição da máquina estatal e privatização completa. Mesmo aqueles que o apoiaram na eleição estão descontentes com o rumo a que o país vai sendo submetido. Ele inclusive ousou chamar manifestações para apoiar um golpe contra o Congresso e o Judiciário, mas depois teve que recuar em seu intento – aliás, sua administração é de trapalhadas e recuos. A educação, em especial, vai sofrer muito nesta gestão, que considera os professores o inimigo público número um”, afirmou.

Antes dos debates, a reunião ouviu o assessor parlamentar Flávio Torelli Vaz abordar a tramitação da reforma da Previdência na Câmara. “Ela avançou na Comissão de Constituição e Justiça, que admitiu que entrasse na pauta, apesar de sua flagrante inconstitucionalidade. Agora, está em compasso de espera. O governo ainda não tem votos para aprová-la, a oposição não tem parlamentares o suficiente para derrotá-la e o chamado centrão não a aceita como está e busca um consenso para modificá-la e no quê”, avaliou.

Para ele, o objetivo da proposta governamental é “acabar com a Previdência social e substituí-la pela capitalização, tirando o Estado e o patronato da sua sustentação financeira e deixando o trabalhador no abandono. Quem a conhece e tem compromissos com o trabalhador, não a apoia. Muitos deputados podem votar contra ela, mas para isso as manifestações populares são fundamentais. Por isso, a importância de atos nos aeroportos, visita aos gabinetes dos deputados federais em seus estados e – de suma importância – a greve geral do dia 14 de junho”.

Ação da Contee e filiadas

Após os debates, a Diretoria Executiva orientou as entidades filiadas e seus associados a promover reuniões com as entidades estudantis em suas áreas de atuação para ajudar a organizar as manifestações do dia 30, inclusive com os professores falando sobre a importância do engajamento dos alunos na defesa da educação pública de qualidade e da importância da realização de pesquisas científicas e estudos em todas as áreas no país.

“Não podemos ficar dependentes de cérebros estrangeiros. E a mobilização do dia 30 será um ‘esquenta’ para a greve geral. Nem todos os trabalhadores têm o mesmo nível de consciência, por isso devemos explicar o quanto é nefasto o corte de verbas para a educação e o verdadeiro crime contra a população que é a proposta de reforma da Previdência. Temos condições de acumular forças. Ampla mobilização para os dias 30 e 14”, pontuou Gilson.

Carlos Pompe

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