Moraes determina prisão de Anderson Torres e do ex-comandante da PM do DF

Torres é ex-ministro da Justiça de Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro, e do ex-comandante da Polícia Militar do DF, Fábio Augusto Vieira, por terem se omitido e facilitado a ação destruidora dos golpistas na Praça dos Três Poderes, no domingo (8).

O ex-comandante está preso. Torres se encontra nos EUA.

Mesmo sabendo da chegada de milhares de ônibus para ato que pedia um golpe de estado, os dois desmobilizaram as tropas do DF e permitiram que os terroristas entrassem com facilidade no local mais importante da República.

Os bolsonaristas invadiram e destruíram grande parte do Palácio do Planalto, do STF e do Congresso Nacional.

Anderson Torres, que foi ministro da Justiça do governo Bolsonaro até o último dia, foi para os Estados Unidos no sábado (7), onde se reuniu com o ex-presidente golpista.

A Polícia Federal deverá prendê-lo assim que ele voltar para o Brasil.

Na terça-feira (10), a PF já cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de Anderson Torres, buscando mais provas de seu envolvimento no atentado contra a democracia.

O ataque foi feito por apoiadores de Jair Bolsonaro, insuflados pela mentira, por ele contada, de que as eleições foram fraudadas.

A Polícia Militar do DF não recebeu ordens para reforçar a proteção da Praça dos Três Poderes e não fez nada para impedir a invasão dos bolsonaristas aos prédios. O governador do DF, Ibaneis Rocha, afastado do cargo por decisão do STF, exonerou Anderson Torres por sua omissão.

Sua prisão foi requerida pela Advocacia-Geral da União (AGU), que apontou a responsabilidade do ex-secretário de Segurança Pública na desmobilização das tropas diante de uma tentativa de golpe de estado.

Com a intervenção federal na Segurança do DF, autorizada pela Câmara e pelo Senado, o ex-comandante da Polícia Militar, Fábio Augusto Vieira,  foi substituído por Ricardo Capelli, homem de confiança do ministro da Justiça, Flávio Dino.

A atual governadora, Celina Leão (PP), afirmou que Fábio Vieira transmitiu informações falsas, que indicariam um suposto caráter pacífico da passeata bolsonarista, ao então governador Ibaneis Rocha.

O ato antidemocrático deixou ainda mais isolados os apoiadores de Jair Bolsonaro. Na segunda-feira (9), Lula se reuniu com governadores e representantes de todos os Estados, com o STF e com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, em exercício Vital do Rêgo (MDB), para repudiar os ataques à democracia.

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