No próximo dia 29, as ruas dirão #EleNão

#EleNão.

A hashtag teve seu início no grupo “Mulheres Unidas contra Bolsonaro” no Facebook, que, embora atacado e hackeado por eleitores do candidato no PSL à Presidência, segue ativo e somo quase 3 milhões de participantes na rede social. Agora, vai ganhar as praças e ruas. No próximo sábado, dia 29 de setembro, faltando oito dias para as eleições, centenas de atos contra Bolsonaro serão realizados em diversas cidades brasileiras em mobilizações convocadas por mulheres, mas que são apoiadas por pessoas de todos os gêneros. E diretoras e diretores da Contee e de suas entidades filiadas estarão participando, contra a escalada do fascismo que Bolsonaro representa.

No dia 17 de abril de 2016, quando da votação na Câmara, da abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o deputado Jair Bolsonaro demonstrou toda sua covardia ao dedicar seu voto a favor do golpe, durante o qual, em um discurso repleto de ódio, homenageou o torturador Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, chefe do Destacamento de Operações de Informação — Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) em São Paulo, órgão de repressão política na ditadura. O “ilustre” militar tem seu nome relacionado a pelo menos 60 casos de mortes e desaparecimentos, além dos mais de 500 casos de tortura cometidos dentro das dependências do DOI-Codi — muitos deles estupros de mulheres —, enquanto comandava o centro militar. Esse insulto imperdoável às famílias de todas as vítimas da ditadura civil-militar e à memória de todos que lutaram e lutam pela democracia já serviria para dizer NÃO, com todas as maiúsculas, à candidatura de Bolsonaro à Presidência.

Mas há diversas outras razões: a homofobia declarada de quem pensa que “ter filho gay é falta de porrada”; a misoginia de quem atacou a deputada Maria do Rosário (PT-RS), dizendo que não a estupraria porque ela “não merece”, e afirmou que de seus cinco filhos, quatro são homens, mas na quinta deu “uma fraquejada e veio uma mulher; o ódio de quem “cortaria todos os recursos para ONGs de direitos humanos porque pessoal vive da violência e vive dentro do governo”; o racismo de quem após visita a o um quilombo, declarou que “o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas” e que “nem pra procriador ele serve mais”; a incitação a violência e à apologia a tortura de quem defende a revogação do Estatuto do Desarmamento, a fim de armar os “cidadãos de bem”; a desonestidade e a corrupção de quem recebe auxílio-moradia mesmo sem precisar e cujo patrimônio familiar teve um crescimento vertiginoso.

Especificamente na área de educação, o Portal da Contee publicou matéria recentemente mostrando como as propostas de Bolsonaro — expurgar a “ideologia de Paulo Freire”; ampliar a oferta de matemática, ciências e português “sem doutrinação e sexualização precoce”; não admitir “ideologia de gênero” nas escolas; combater a “forte doutrinação”; adotar a educação a distância desde o ensino fundamental, com aulas presenciais em provas ou aulas práticas, para ajudar a “combater o marxismo”; ampliar o número de escolas militares — são terreno fértil para a censura, perseguição e criminalização de educadores.

O Brasil passa por um dos momentos mais críticos de sua história, com retrocessos incalculáveis nas áreas sociais, com retirada de direitos trabalhistas, com o retorno do neoliberalismo, com a entrega de riquezas e setores essenciais oa sinteresses privatistas. Bolsonaro é ainda pior. Não é apenas o sepultamento da democracia, já tão combalida; é, mais do que isso, a chancela à barbárie.

Por tudo isso, estaremos nas ruas dia 29 para gritar #EleNão!

Por Táscia Souza

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