Presidente da CUT garante que direções terão paridade de gênero em 2015

Em encontro do coletivo de mulheres, Vagner Freitas destacou também que ano provou capacidade de enfrentamento dos movimentos sociais

Escrito por: Luiz Carvalho e Henri Chevalier

O presidente da CUT, Vagner Freitas, participou nesta segunda-feira (2) de mais um encontro do Coletivo Nacional de Mulheres da Central, em São Paulo, e garantiu que, apesar da pressão de alguns dirigentes, a paridade na direção da entidade será cumprida em 2015.

“É uma deliberação do nosso último congresso e não cabe discussão. Tanto nas estaduais quanto na direção nacional teremos paridade entre homens e mulheres a partir de 2015”, afirmou.

Em análise sobre a conjuntura de 2013, o dirigente classificou como um ano de muita luta (e conquistas). A começar pelo embate contra medidas como o Projeto de Lei (PL) 4330/2004, que amplia a terceirirazação. A mobilização da CUT fez com que a votação do texto fosse suspensa.
Ele citou ainda as campanhas salariais que, apesar da resistência dos empresários, determinados a impedir uma sequência de aumento real – acima da inflação –, arrancaram, em média, 1,5% de acordo.

Ainda sobre esse tema, Vagner destacou como um dos pontos negativos o embate do governo federal com os servidores públicos e a publicação do Decreto 7.777, que previa a substituição dos funcionários mobilizados. E citou a não ratificação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata do direito do funcionalismo à organização sindical. “Mas a CUT continua na trincheira por essa convenção”, acrescentou.

Ele afirmou ainda que a Central entregará uma Plataforma da Classe Trabalhadora à presidenta Dilma Rousseff em 2015 e cobrará compromisso com a pauta do movimento sindical.

“A presidente precisa fazer andar a redução da jornada sem redução de salário, o fim do fator previdenciário, o direito à negociação e colocar em prática a reforma agrária, que não pode se restringir a direcionar recursos para assentamentos, mas precisa também dar terra aos trabalhadores que precisam e querem produzir.”

Homenagens à guerreira Odete – Antes do início das intervenções da tarde, os dirigentes prestaram uma homenagem à ex-presidenta da CUT-AP, Odete Gomes, que faleceu em outubro deste ano, após naufrágio da embarcação em que estava para participar da procissão do Círio Fluvial, em Macapá.

“Era uma grande guerreira e fazia um grande esforço para participar de todas as reuniões da direção nacional e dos encontros do coletivo”, disse a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane Silva, para em seguida puxar o grito de “Odete presente”, em lembrança à companheira.

“A homenagem principal que podemos fazer é dar continuidade ao trabalho e lembrar a sua alegria de viver. Odete ainda está viva entre nós”, complementou Vagner.

No período da tarde, a assessora da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ) da CUT, Marilane Teixeira, apresentou o projeto de formação das mulheres, que a Central fará em parceria com Universidade de Campinas (Unicamp).

O curso terá dois anos e o objetivo é capacitar as trabalhadoras sobre os temas de gênero e mundo do trabalho. Serão seis encontros nacionais, três em 2014 e mais três em 2015, acompanhados por oficinas nacionais. A ideia é que o processo envolva também mulheres de outras centrais e combine formação, pesquisa e a publicação de dois livros.

O encontro do Coletivo de Mulheres da CUT termina nesta terça (3) com um debate sobre prostituição e a definição das trabalhadoras sobre o tema.

Da CUT

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