Prisão de laranjas do PSL deixa Bolsonaro sob pressão

A prisão de um assessor especial e dois dois ex-assessores do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, por causa de candidaturas laranjas do PSL na eleição de 2018 aumentou a pressão sobre Jair Bolsonaro (PSL). O presidente tem dito que a situação do ministro causa desgaste para o governo e que esperaria a conclusão da apuração da PF para decidir o seu destino.

Um dos presos é Mateus Von Rondon Martins, assessor especial no Ministério do Turismo. Ele é um dos mais próximos aliados de Álvaro Antônio e seu braço direito na pasta do governo Jair Bolsonaro.

Após indicação do PSL de Minas, presidido à época pelo próprio Álvaro Antônio, o comando nacional do partido repassou R$ 279 mil a quatro candidatas, que tiveram desempenho insignificante. Juntas, receberam pouco mais de 2.000 votos, em um indicativo de candidaturas de fachada, quando há simulação de alguns atos reais de campanha, mas não empenho efetivo na busca de votos.

Dos R$ 279 mil repassados pelo PSL, ao menos R$ 85 mil foram parar oficialmente na conta de quatro empresas que são de assessores, parentes ou sócios de assessores do ministro de Bolsonaro. A Polícia Federal vê elementos de participação de Álvaro Antônio.

De acordo com o presidente interino, Hamilton Mourão, “ele [Bolsonaro] aguarda o desenlace das investigações e, óbvio, se houver alguma culpabilidade dele [Álvaro Antônio] no processo, o presidente não vai ter nenhuma dúvida sobre substituí-lo”. A declaração foi concedida durante a posse do juiz federal Victor Laus como presidente do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).

No Congresso Nacional, aliados reconheceram que o caso desgasta o governo. “Está se avançando nas investigações. Logicamente, a situação cria abalos para todos nós. Mas que se apure e se responsabilize quem tem que ser responsabilizado”, disse o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP). O relato foi publicado no jornal Folha de S.Paulo.

Para a Justiça, há suspeita de que os investigados tenham cometido o crime de caixa dois eleitoral (normalmente tipificado no artigo 350 do Código Eleitoral) e de apropriação, em proveito próprio, de recursos destinados ao financiamento eleitoral (artigo 354-A). As penas variam até cinco e seis anos de prisão, respectivamente.

Em nota, o ministério afirmou que aguarda mais informações para se pronunciar, mas disse não haver relação entre as investigações e as atividades de Von Rondon na pasta. O ministro nega irregularidades.

Brasil 247

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