Professores da rede particular usam teatro e malabares em protesto na praça da ALMG

Cerca de cem professores participaram do ato na praça da ALMG,no Santo Agostinho, neste feriado (1º)

Ao contrário de algumas categorias que têm feito manifestações nas ruas de Belo Horizonte e conquistado apenas a apatia da população, os professores da rede particular de ensino encontraram um jeito criativo de chamar a atenção para as reivindicações da categoria. Com teatro de bonecos, palhaços e apresentações de malabarismo, cerca de cem manifestantes fizeram um ato na praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul, neste feriado do Dia do Trabalho (1º). O ato não prejudicou o trânsito no entorno.

A principal reivindicação dos professores Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro) é por um reajuste de13,2% (que corresponde ao INPC acumulado, mais variação do PIB de 2,7% e ganho real de 3%). Os educadores da rede particular tiveram a oportunidade de conversar com as pessoas que trafegavam pela praça, muitos deles pais que levaram os filhos para participar das atividades. “Fazer uma assembleia neste dia é fundamental para resgatarmos a importância dessa data histórica para os trabalhadores. É algo simbólico também. Ao ocuparmos um espaço público, daremos uma aula de cidadania, levando para a sociedade a importância da valorização dos professores, sem a qual não há educação de qualidade”, afirmou Aerton Silva, diretor do Sinpro Minas.

A ação complementa uma série de visitas realizadas ao longo dessa semana em escolas particulares da capital mineira. Segundo o Sinpro, muitos pais não sabem que a situação dos professores da rede particular é preocupante. Na educação infantil, por exemplo, há educadores que recebem entre R$ 9 e R$ 10 por hora/aula. Uma outra exigência da categoria é a equiparação dos pisos da educação infantil e manutenção das conquistas previstas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Os professores da rede particular querem a garantia da manutenção dos direitos adquiridos na convenção coletiva de trabalho, como bolsa de estudos, adicional extra-classe de 20% e reajuste salarial. Uma reunião foi realizada nessa terça-feira (30) entre representantes do sindicato dos professores e o sindicato patronal para tentar um acordo. O encontro não avançou e uma nova data deve ser agendada para que os sindicatos entrem em um consenso.

Uma paralisação geral deve ser realizada na próxima quinta-feira (9), conforme o Simpro.

Copa do Mundo entrou na pauta

Os donos das escolas particulares propuseram antecipar o início das aulas para meados de janeiro devido à realização da Copa do Mundo, em 2014. Contudo, a proposta foi rejeitada pela categoria. A diretoria do Sinpro-MG informou que entregou ao patronal uma proposta de calendário que contempla os 200 dias letivos definidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), além das férias em janeiro, recesso em julho e feriado apenas nos dias de jogos do Brasil.

“Reafirmamos que não aceitaremos alteração das férias de janeiro. Entregamos um calendário para o patronal, com recesso só nos dias de jogos, e eles não se deram ao trabalho de discutir. Não há justificativa para emperrar as negociações por causa do calendário da Copa”, afirmou Gilson Reis.

Por Ana Clara Otoni, do Hoje em Dia, com informações do Sinpro-MG

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