Relembre as vezes em que Bolsonaro, agora infectado, minimizou pandemia

Presidente brasileiro chamou covid-19 de ‘gripezinha’, ameaçou retirar o país da OMS e não respeitou medidas para conter propagação do vírus

Após diversas falas que menosprezavam a pandemia do novo coronavírus e iam na contramão das diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), o presidente Jair Bolsonaro testou positivo para covid-19 nesta terça-feira (07/07). Em muitas ocasiões o mandatário afirmava que a doença era somente uma “gripezinha” ou “resfriadinho”.

Desde o início dos casos do coronavírus no Brasil, Bolsonaro se colocou contra medidas que poderiam diminuir impacto do vírus no país. O presidente atacou governadores e prefeitos brasileiros, ameaçou retirar o país da OMS, alterou protocolos para o uso da hidroxicloroquina no tratamento da doença e ganhou repercussão internacional ao debochar do crescente número de mortes no país.

Em março, Bolsonaro chamou o coronavírus de “fantasia” e disse que, após o ataque que sofreu na campanha à presidência em 2018, não seria uma “gripezinha” que iria derrubá-lo.

“Atleta”

Ainda no mesmo período, o presidente aproveitou sua fala em rede nacional para afirmar que, caso fosse contaminado, nada sentiria, em decorrência do seu “histórico de atleta”.

“Pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar. Nada sentiria ou teria. Quando muito, seria acometido por uma gripezinha ou um resfriadinho”, disse.

OMS

Bolsonaro chegou a publicar um vídeo em suas redes sociais distorcendo a fala do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, sobre o isolamento social como medida de barrar a propagação do vírus. O próprio diretor desmentiu e explicou suas colocações sobre o tema.

As atitudes de Bolsonaro foram por diversas vezes notícia na imprensa internacional. Muitos veículos questionavam a postura do presidente diante da pandemia do novo coronavírus.

“E daí”

Quando o Brasil registrava mais de 5 mil mortes por conta da covid-19, Bolsonaro respondeu aos jornalistas afirmando que era Messias, mas “não faço milagre”. O presidente ainda questionou os números dizendo que lamentava e que não poderia fazer nada.

“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.

Em episódios diferentes, Bolsonaro chamou seus apoiadores para atos, visitou estabelecimentos comerciais em Brasília, andou de jet ski, a cavalo, cumprimentou apoiadores sem respeitar as medidas de distanciamento social e o uso de máscaras de proteção.

Ministério da Saúde

Em meio à pandemia do novo coronavírus, o Ministério da Saúde do Brasil mudou por duas vezes os ministros da pasta. O próprio ministério chegou a tirar do ar o site que contabiliza os dados da covid-19 no país.

Segundo o jornal Correio Braziliense, saiu do próprio Bolsonaro a ordem de atrasar a divulgação dos números da doença, a fim de evitar que telejornais noturnos não passassem a atualização. Após a repercussão, o governo voltou atrás.

Opera Mundi

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