Repúdio à propaganda enganosa da volta às aulas e à pressão sobre pais de estudantes!

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – Contee – repudia a campanha criminosa do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Rio de Janeiro (Sinepe-Rio) pela volta às aulas nas escolas particulares e a ação do grupo Escolas em Movimento, formado por diretores e mantenedores de estabelecimentos particulares de ensino, que está pressionando os país de estudantes a assinarem documento afirmando que receberam “todas as orientações” e têm “ciência dos possíveis riscos com relação a COVID-19”.

O Sinepe-Rio veiculou um vídeo mentiroso, dizendo que as unidades particulares estão prontas para a retomada das aulas. Faz coro com o negacionismo do presidente Jair Bolsonaro, contrário ao distanciamento social (“confinamento”, no dizer da publicidade) recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Por esse posicionamento atroz, Bolsonaro foi denunciado por mais de 60 entidades, centrais, confederações e sindicatos ligados aos trabalhadores e aos profissionais da saúde por genocídio e crimes contra a humanidade no Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia.

Na propaganda, a entidade patronal, movida exclusivamente pelo interesse financeiro, insinua que estudantes crianças e adolescentes estariam imunes aos riscos do novo coronavírus por serem assintomáticos. Já os familiares dos alunos, seus professores e demais trabalhadores da escola são simplesmente ignorados no anúncio empresarial. Espantosamente, o órgão dos empresários do ensino afirma que os estudos para combater a pandemia “só confundiram” e equipara o confinamento a “ignorar, subtrair vida”, além de “fragilizar, debilitar, mexer com o emocional”.

Já o grupo Escolas em Movimento, sob a alegação de manter suas escolas “em operação durante e após a pandemia”, como informam em sua página na Internet, ao pressionar os país de estudantes a assinarem “Termo de compromisso e responsabilidade COVID-19”, por ele elaborado, objetiva isentar os empresários do setor da obrigação de responder pelas suas ações caso ocorram problemas de saúde decorrentes da volta às aulas. Os pais e responsáveis pelos estudantes ainda são coagidos a declarar que “a escola está buscando as melhores práticas de distanciamento social, higiene, prevenção e seguindo todas as regulamentações oficiais”.

A Contee, representante de mais de 1 milhão de professores e técnicos administrativos que atuam na educação privada, denuncia e repudia essas ações inconsequentes e criminosas, que têm por meta unicamente garantir os interesses econômicos de alguns empresários que tratam a educação como mera mercadoria. Solidariza-se com estudantes, familiares e trabalhadores do ensino, reafirma ser contrária à precipitação na volta às aulas e defende que o retorno das atividades presenciais seja realizado com critérios científicos e garantindo condições seguras e saudáveis de aprendizado e trabalho.

A economia se recupera; a vida, não!

#EmDefesadaVida

Brasília, 28 de julho de 2020
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – Contee

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