Sem dinheiro, cresce em até 77% pedidos de renegociação da conta de luz

Com carestia e queda na renda, além de SP, com alta de quase 77% nos cinco primeiros meses do ano, os pedidos cresceram 50% no Rio de Janeiro, Goiás e Ceará, segundo a Enel

Os brasileiros estão tendo que escolher se comem ou se pagam as contas. Com a inflação disparada e a corrosão das rendas, cresce diariamente o número de pessoas que deixam de pagar o boleto das contas básicas – como luz.

A distribuidora de energia Enel, em São Paulo, registrou um aumento de quase 77% nos pedidos de negociação e parcelamento de dívidas com contas de energia nos cinco primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Somando outros estados atendidos pela empresa (Rio de Janeiro, Goiás e Ceará), a média de alta no número de consumidores que não tiveram como pagar as contas e recorreram à negociação de dívidas foi de 50% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com a Enel, mais de 193 mil pessoas pediram negociação este ano, algumas delas, depois de terem o fornecimento de energia suspenso em suas residências.

Este é o caso de Ronaldo Zamba, motorista de aplicativo entrevistado por reportagem do Jornal Nacional. Trabalhando em condições precárias e sem renda fixa, Ronaldo ficou sem energia em casa e procurou o serviço da companhia de distribuição para renegociar quatro contas atrasadas e ter luz religada.

“Eu optei por fazer isso, pagar três, quatro contas por dia, não vou pagar os juros, e eles ligam de novo. E não deixar atrasar mais, né? Porque ficar sem luz não dá, né?”, relata.

A parcela de inadimplentes com as contas básicas também aparece crescendo nas pesquisas de endividamento. Na semana passada, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que, em maio, 38,68% da população adulta estava negativada – o que representa 62,37 milhões de pessoas. Antes, a participação de atrasos com contas de luz e água era mínima já que as famílias as priorizavam, mesmo no aperto, para não ficar sem fornecimento. Agora, já representa 11,12% das dívidas não quitadas.

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