Sinpro Santos: “Em defesa da vida”

O Sinpro Santos representa os professores e professoras da Baixada Santista, da rede particular de ensino, nos mais diferentes segmentos de ensino, da educação infantil ao ensino universitário, nos colocamos contra a volta das aulas presenciais em 2020.

Porém, antes de impressões apressadas e equivocadas sobre a posição do sindicato, perguntamos, as aulas nesta pandemia foram interrompidas? Pois, nesses seis meses de pandemia e isolamento social, professores e professoras viram-se mergulhados em jornadas mais exaustivas de trabalho, bancando do próprio bolso equipamentos, redes de internet e energia elétrica, colegas se viram atravessando a madrugada e finais de semanas preparando conteúdos adequados aos novos ambientes, muitos suportando pressões e cobranças, desgastantes com prejuízos para a saúde física e mental.

As aulas não pararam, de uma maneira bem diferente de bares, restaurantes, as lojas de rua e shopping, escolas e universidades particulares continuaram funcionando remotamente, com o trabalho árduo de professoras e professores.

Nestes tempos de exceção, foi no espaço virtual onde muitos educadores desenvolveram seu trabalho, nesta virtualidade o sindicato entende o processo educacional deve continuar, claro em outras condições menos opressivas aos trabalhadores.

No entanto, nos deparamos nesse delicado momento com muitas declarações soberbas e inverídicas por parte de donos de escolas e mantenedores, tais como: “estamos prontos e preparados para retomar imediatamente as atividades presenciais”, afirmam estes, impulsionados pelo lucro e interessados em fazer rodar o “negócio” Educação.

De outra parte, o sindicato alerta, para uma leitura real da situação, para as disparidades concretas, sociais nos diferentes níveis de atendimento das redes particulares de ensino, pois sabemos das diferenças entre as escolas frequentadas pela elite as dos bairros e cidades mais periféricas da nossa região.

Apesar dessas diferenças, todas fazem parte da mesma rede particular das cidades, todas tem professores e professoras com os mesmo direitos, contemplados pela mesma Convenção Coletiva, estes continuaram e continuam trabalhando remotamente, correm riscos consideráveis, descabidos em um eventual retorno presencial em 2020.

Aliás, como uma necessidade imperiosa, em defesa de uma isonomia necessária defendemos, no sentido de não aprofundar abismos sociais, uma completa solidariedade aos nossos colegas-parceiros da rede pública (Estadual e Municipal) de ensino e a defesa da volta somente em 2021 para toda a rede de ensino.

Ao mesmo tempo, defendemos um protocolo, com medidas sanitárias em um processo de volta, com todos os aparelhos possíveis de segurança desenvolvidos pela indústria hospitalar, todos bancados, evidentemente, pelas instituições de ensino, isso em 2021, quando for possível voltar.

Temos alertado que o retorno as aulas presenciais segundo a recomendação de especialistas, pesquisadores, embasados em estudos científicos recomendados pela Organização Mundial de Saúde, só é possível, com muita cautela, quando as taxas de contaminação forem reduzidas de forma significativa, permanecendo nos níveis baixos durante semanas.

Sabemos que em várias cidades da nossa região este fator não acontece, ao mesmo tempo, o governo estadual, acena para uma volta as aulas em Outubro, quando sabemos, não estaremos nas normas estatísticas consideradas pelas instituições científicas internacionais como propícias para o retorno das aulas.

No atual estágio da pandemia, que não deve retroceder aos padrões recomendados pela OMS até o final do ano, não haverá protocolo de segurança ou discurso de empresário da educação capaz de impedir o avanço imediato e acelerado das curvas de contaminação, assim, a “volta” poderá ser marcada por um rápido retorno ao processo inicial da pandemia, com famílias sendo obrigadas a novos replanejamentos, crianças e jovens em suas casas novamente, surgindo novo estresse emocional.

Uma precipitada volta agora, em nome de uma falsa “retomada de conteúdo, nos meses restantes”, na verdade esconde os interesses comerciais dos donos das escolas e mantenedores das instituições superiores de ensino particulares, podendo provocar uma tragédia, o sindicato reforça seu máximo compromisso humano e civilizatório, onde vidas devem ser preservadas e protegidas.

Os conteúdos programáticos escolares recupera-se depois, com planejamento e serenidade, vidas importam, estas as vezes, não tem escolha, porém, a nossa escolha enquanto diretoria livremente eleita pelos professores e professoras da Baixada Santista em um trabalho sério, solidário com muita disposição de luta, ombro a ombro com a nossa categoria é o da VIDA!

Diretoria do Sinpro Santos, setembro/2020.

Do Sinpro Santos

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