SinproSP: Violência sexual — a proteção da criança na escola e a desumanização na Justiça

Uma professora de Goiás reconheceu sinais de abuso sexual no desenho feito por sua aluna de 12 anos. O conselho tutelar foi chamado, a polícia investigou o caso, prendeu o suspeito e já enviou o inquérito para a Justiça. A notícia foi divulgada pelo G1 e outros veículos de imprensa, no início de junho.

No dia 20 de junho, uma reportagem assinada por Paula Guimarães, Bruna de Lara e Tatiana Dias, publicada no The Intercept Brasil, denunciou a crueldade de uma juíza e uma promotora que tentaram impedir o aborto de uma criança de 11 anos, vítima de estupro aos 10 anos de idade.

As jornalistas tiveram acesso à gravação da audiência, que é estarrecedora. Desumanas e cruéis, a juíza e a promotora tentaram induzir a menina a prosseguir com a gravidez. Joana Ribeiro Zimmer, a juíza, pergunta à vítima de apenas 11 anos qual a expectativa dela em relação à gravidez, se ela gostaria de ver o bebê nascer ou escolher o seu nome. Diante da negativa, insiste “por quanto tempo [a criança] aceitaria ficar com o bebê na barriga (…) pra gente acabar de formar ele, dar os medicamentos para formar o pulmãzinho dele? (…) tu suportarias ficar mais um pouquinho com ele, mais duas, três semanas?” Por fim, pergunta se “o pai do bebê concordaria com a adoção”!!!

Mirela Dutra Alberton, a promotora, segue na tortura: “O que a gente queria ver se tu concordarias é se a gente mantinha (sic) mais uma  duas semanas na tua barriga, invés de deixar ele morrer agonizando (…) porque ele vai nascer chorando” [o que não é verdade].

A professora na escola de Goiás e a juíza e a promotora de Santa Catarina são dois exemplos em campos diametralmente opostos. O primeiro caso revela uma professora que honrou a sua profissão e atesta a importância da escola na vida das crianças e jovens.

No segundo caso, essas duas senhoras, cujos salários são pagos com os nossos impostos, colocaram suas convicções pessoais e religiosas acima da lei e contra os cidadãos. Desumanas, sem empatia, elas são um exemplo do estrago que o fundamentalismo ultraconservador pode provocar na sociedade.

Em tempos de homeschooling e outras agendas nefastas, é bom prestar atenção.

Do SinproSP

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