TCU quer antecipar relatório sobre a segurança da urna eletrônica

Esforço pela antecipação ocorre em meio à escalada da crise fomentada por Jair Bolsonaro contra o TSE

O TCU (Tribunal de Contas da União) quer antecipar o terceiro relatório da auditoria que está fazendo sobre as urnas eletrônicas e a segurança das eleições de 2022.

A Corte de Contas tomou a iniciativa de fiscalizar todo o processo, desde a conferência da urna, até a totalização dos votos, em trabalho que terá cinco fases. O próximo relatório a ser divulgado é o da terceira etapa.

Essa etapa estava prevista para junho, mas pode ser divulgado ainda em maio. A área técnica se reúne, nesta terça-feira (10), para analisar essa possibilidade.

O esforço pela antecipação ocorre em meio à escalada da crise fomentada por Jair Bolsonaro (PL) contra o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Nesta segunda-feira (9), o ministro da Defesa, general de Exército, Paulo Sérgio Nogueira, informou ao TSE que irá centralizar as demandas relacionadas às eleições.

SUGESTÕES FEITAS PELOS MILITARES

O ministro do TCU responsável pela auditoria, Bruno Dantas, reuniu-se com Fachin em meados de abril. Outro ministro, Benjamin Zymler, participa do Comitê de Transparência Eleitoral do TSE e tem mantido o tribunal informado sobre os trabalhos. Nesta terceira etapa da auditoria, o TCU vai avaliar a segurança da informação nos sistemas e os procedimentos e processos adotados pela Justiça Eleitoral.

TRABALHO CONJUNTO

O TCU acompanhará de forma simultânea as ações preparatórias para as eleições com auditores especializados em tecnologia da informação e servidores lotados nos Estados para acompanhamento das ações dos TRE (tribunais regionais eleitorais).

Também vai avaliar se há gestão de risco e estratégias que garantam a proteção de processos críticos na eleição, de forma a evitar a interrupção das atividades em caso de incidentes graves, falhas ou desastres, ou assegurar à retomada em tempo hábil.

No relatório da primeira fase, o TCU concluiu que a urna é segura e auditável e condenou o voto impresso, que traria maior risco de fraude e maiores custos.

Nessa etapa, a Corte se dedicou a avaliar os mecanismos de auditagem em todo o processo.

ANÁLISE DO FATO

Bolsonaro já está, pode-se dizer, no lucro, pois a Corte Eleitoral verifica com lupa algo que nunca o chefe do Executivo provou, com dados e fatos: a insegurança das urnas eletrônicas.

Outro elemento absolutamente fora do contexto da democracia é essa tentativa de envolver no assunto as Forças Armadas, em particular do Exército, a partir de ilações ou delírios do presidente da República, de que a confiabilidade das urnas eletrônicas está em xeque.

O presidente da República faz isso para tirar de foco o trágico governo que administra, sob profunda crise política, econômica, social e ético-moral.

Essa tática presidencial faz parte do script bolsonarista para conflagrar o processo eleitoral em curso e colocar em xeque as eleições de outubro.

Hora do Povo

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