UNICEF: 305 mil crianças estão sem ter aula em Moçambique por causa de ciclone

Mais de 305 mil crianças em Moçambique estão fora da escola desde as enchentes devastadoras provocadas pelo ciclone Idai. A tempestade atingiu o sudeste da África há pouco mais de um mês. Em avaliação divulgada na quinta-feira (18), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) indicou que cerca de 3,4 mil salas de aula foram destruídas ou danificadas pelo fenômeno climático.

Moçambicanos abrigados no colégio de ensino médio Samora Michelle, transformado em residência para os que tiveram suas casas destruídas pelas enchentes do Idai. Foto: UNICEF/de Wet/AFP-Services
Moçambicanos abrigados no colégio de ensino médio Samora Michelle, transformado em residência para os que tiveram suas casas destruídas pelas enchentes do Idai. Foto: UNICEF/de Wet/AFP-Services

Mais de 305 mil crianças em Moçambique estão fora da escola desde as enchentes devastadoras provocadas pelo ciclone Idai. A tempestade atingiu o sudeste da África há pouco mais de um mês. Em avaliação divulgada na quinta-feira (18), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) indicou que cerca de 3,4 mil salas de aula foram destruídas ou danificadas pelo fenômeno climático.

Em algumas das áreas afetadas, escolas vão precisar de reparos extensos após terem sido transformadas em abrigos emergenciais e improvisados para crianças e famílias deslocadas. O Idai chegou à costa de Moçambique em 14 de março. O Zimbábue e o Malauí também fora atingidos pela tempestade.

Nos três países, as águas da enchente já recuaram e algumas famílias começaram a voltar para as suas casas. No entanto, milhares de cidadãos continuam nos campos de evacuação porque suas residências foram danificadas ou destruídas. Mais de 200 mil casas foram destruídas apenas em Moçambique.

O UNICEF instou autoridades a reconstruírem as escolas de forma mais resiliente, para que os edifícios possam aguentar o impacto de desastres naturais no futuro. O órgão das Nações Unidas pediu que parceiros humanitários continuem trabalhando juntos para implementar soluções, como centros temporários de aprendizagem, de modo que crianças possam retornar às escolas o mais rápido possível.

“Qualquer interrupção prolongada no acesso à aprendizagem pode ter consequências devastadoras para as crianças, tanto no curto quanto no longo prazo”, afirmou a agência da ONU.

“A educação é essencial para ajudar crianças a voltarem a uma sensação de normalidade após um evento traumático, como um grande ciclone, e para o desenvolvimento e perspectivas no longo prazo.”

O UNICEF também expressou preocupação com o fato de que a interrupção no ensino poderá reduzir ainda mais as taxas já baixas de matrículas em escolas. Atualmente, menos de 20% dos jovens em idade para frequentar o ensino médio estão matriculadas.

Outro risco, segundo a agência da ONU, é de que as taxas de desistência aumentem caso as famílias afetadas pelo ciclone forem forçadas a mandar seus filhos para trabalhar, com o objetivo de ajudar com as despesas do lar.

Professores também sofreram com o ciclone, destacou o organismo internacional, que propôs um apoio financeiro de curto prazo para educadores afetados pelo desastre, a fim de ajudar os docentes a reconstruir suas vidas.

As necessidades em Moçambique ainda são significativas: 1 milhão de crianças precisam de assistência. O UNICEF lançou um apelo de 122 milhões de dólares para apoiar sua resposta humanitária às necessidades de crianças e famílias afetadas pela tempestade em Moçambique, Malauí e Zimbábue, ao longo dos próximos nove meses.

Alimentos estão sendo distribuídos desde o primeiro dia de resposta ao desastre e mais de 1 milhão de pessoas já foram alcançadas até o momento. Mais de 800 mil foram vacinadas contra a cólera e mais de 117 mil receberam abrigo de emergência.

ONU Brasil

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