Falta de acordo adia análise do projeto sobre royalties para educação
O Plenário não conseguiu acordo nesta terça-feira pra votar o projeto que destina os recursos dos royalties do petróleo para a educação. A proposta tem urgência constitucional e tranca a pauta de votações, impedindo os deputados de votar outros projetos de lei.
Nem mesmo alguns acordos internacionais que estavam na pauta foram votados.
Durante a sessão, o que dominou os debates foi a recente onda de protestos que tomou o Brasil. Manifestantes em várias cidades do país pedem redução das tarifas de transporte público, protestam contra os gastos com a Copa e contra propostas como a que retira o poder de investigação do Ministério Público, e pedem investimentos em saúde e educação, entre outras pautas.
O líder do PSDB, Carlos Sampaio, pediu que o Congresso assuma responsabilidades.
“Como é que este Congresso pode ser respeitado por estes jovens se ainda se oculta por trás e debaixo do voto secreto? Escolhe seus representantes – nós aqui estamos – e na hora de nos posicionar, voto secreto. Como é que essa sociedade aceita que neste Congresso tramite uma PEC 37 para tirar o poder de investigação do Ministério Público, que é quem evita e impede que a corrupção ande desenfreada por este país?”
O líder do PR, Anthony Garotinho, defendeu ação imediata por parte da Câmara.
“Com medidas concretas, em defesa do povo. O povo estava revoltado porque sabe que um bilhão e duzentos milhões gastos no Maracanã é o dinheiro que está faltando na escola, no hospital, no posto de saúde.”
Já segundo o deputado Mendonça Filho, do DEM de Pernambuco, o Congresso não é o principal alvo da insatisfação dos manifestantes.
“Há de se ter claro as responsabilidades de quem também comanda o país, comanda a Nação. A presidente Dilma, o seu governo, o PT, os seus aliados.”
Mas para o líder do PT, José Guimarães, as culpas devem ser divididas entre todas as esferas de poder.
“Os milhares de manifestantes deram um duro recado aos governantes de todas as instâncias, e aos três Poderes da República. Trata-se da expressão do desejo de influir nas decisões de todos os governos, do Legislativo e do Judiciário.”
Os deputados tentarão votar os acordos internacionais nesta quarta-feira.
Da CNTE