Aliados de Lula na transição avaliam desmilitarização do GSI
Por Yurick Luz
A equipe da transição de governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) debate sobre a possível desmilitarização do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a nomeação de um civil para chefiá-lo. O órgão faz a segurança pessoal do presidente, do vice e seus familiares, e coordena atividades de inteligência federal.
O GSI atualmente conta com o comando do general Augusto Heleno, nome da extrema de confiança do presidente derrotado (PL). Ele também mantém sob seu “guarda-chuva” a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O debate sobre a desmilitarização se deu após a divulgação de um vídeo no qual o sargento da Marinha Ronaldo Travassos afirma que o presidente eleito Lula (PT) não assumirá a Presidência. Integrantes da transição avaliam o tema como “indispensável”, de acordo com informações do Globo.
No entanto, a mudança não é consenso entre os aliados do petista. O general Marco Edson Gonçalves Dias, da equipe que faz a segurança de Lula, é contra a ideia. Para ele, “a natureza da atividade do órgão justifica a presença de militares em sua estrutura”.
Por outro lado, há correntes do PT que defendem até mesmo a extinção do GSI. Já uma outra ala avalia a necessidade de remoção dos militares de funções que necessitam atuar dentro do Palácio do Planalto. Auxiliares próximos a Lula também já se preparam para substituir o maior número possível de cargos que hoje dão as cartas no GSI. Para eles, os principais nomes da atual formação não podem participar da transição.
Vale destacar que na sexta-feira (2), foram publicados no Diário Oficial da União os nomes dos integrantes do grupo de trabalho de Inteligência Estratégia da transição. O delegado da Polícia Federal Andrei Rodrigues será o responsável pela segurança do presidente eleito até a data da posse, em 1º de janeiro. O doutor em Ciência da Informação Vladimir de Paula Brito e três outros servidores também foram escalados para o grupo.