Senado também aprova intervenção federal na segurança do DF
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou a “minoria golpista” que atacou os Três Poderes. Isolados, Oito senadores bolsonaristas votaram contra, entre eles Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
O Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (10), a intervenção federal na área de segurança pública do Distrito Federal por conta da inação do governo distrital diante da invasão de bolsonaristas ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF).
A votação simbólica, ou seja, sem a contagem individual dos votos, contou com a oposição de apenas oito senadores, sendo quatro do PL, partido de Jair Bolsonaro.
Os senadores que votaram contra a intervenção na segurança pública do DF são: Carlos Portinho (PL-RJ), que era líder do governo Bolsonaro; Flávio Bolsonaro (PL-RJ); Luis Carlos Heinze (PP-RS); Zequinha Marinho (PL-PA); Carlos Viana (PL-MG); Eduardo Girão (Pode-CE); Plinio Valério (PSDB-AM); e Styvenson Valentin (Pode-RN).
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez uma fala no começo da discussão sobre o tema condenando os ataques golpistas e pedindo a punição de todos os envolvidos.
“Essa minoria antidemocrática não representa o povo brasileiro, tão pouco a vontade do povo brasileiro. Essa minoria golpista – e não há outro nome – não irá impor sua vontade por meio da barbárie, da força e de atos criminosos”, falou o parlamentar.
“Essa minoria extremista será identificada, um a um, investigada e responsabilizada, assim como seus financiadores, organizadores e agentes públicos dolosamente omissos”.
Pacheco conclamou a “a necessidade de unir o Brasil”, já expressa pela reunião do presidente da República, Lula, com governadores ou representantes de todos os Estados e do Distrito Federal, com o Supremo Tribunal Federal (STF) e com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado.
Para Rodrigo Pacheco, o encontro serviu para “demonstrar não apenas solidariedade, mas que os Poderes da República e os entes federados estão unidos, na linha do que se lançou na posse do presidente Lula, para preservar as instituições brasileiras e a democracia”.
“Faço minhas as palavras de Ulysses Guimarães, que afirmou, na sessão de promulgação da Constituição brasileira: ‘discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição é traidor da pátria’”, continuou o presidente do Senado durante a sessão.
“A grande preocupação é a sua motivação, é o que anima alguém a fazer o que fez, que é a vontade de tomar de assalto a democracia brasileira, de se praticar um golpe. Essa motivação não vai prevalecer”, completou.
BOLSONARISTAS FORAM CONTRA
O senador Flávio Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, votou contra a intervenção dizendo que “não está descartada” a possibilidade dos ataques aos prédios públicos e à democracia terem sido feitos por “infiltrados”.
A ideia absurda do senador não responde ao fato de que mais de 300 terroristas foram presos dentro do Palácio do Planalto, do Congresso e do STF.
Os parlamentares ligados a Jair Bolsonaro, como Flávio, Carlos Portinho e Eduardo Girão, também tentaram colocar a culpa da invasão no governo federal, acusando-o de omissão.
Para Eduardo Girão, “é muito estranha essa questão de infiltrados e blackblocs, que estavam lá registrados em imagens”.
Ele não falou quais imagens registraram a presença de infiltrados. O que se tem em abundância, ao contrário do que disseram os três, são imagens de apoiadores de Jair Bolsonaro celebrando, de dentro do Planalto, do STF ou do Congresso, a tentativa de golpe.