“É impossível pensar em democracia sem assegurar acesso à educação de qualidade”
Cristina Castro, coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais, representou a Confederação no encontro “Por uma educação superior e universitária a serviço dos nossos povos e do desenvolvimento humano”, promovido pela CEA
A coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais, Cristina Castro, representou a Contee ontem (12) no encontro “Por uma educação superior e universitária a serviço dos nossos povos e do desenvolvimento humano”, promovido pela CEA (Confederação de Educadores Americanos). O encontro antecedeu a Cres+5 (Conferência Regional de Educação Superior América Latina e Caribe, que começou nesta quarta-feira (13) e termina na sexta-feira (15), de 13 a 15 de março, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília.
A diretora da Contee coordenou a mesa que tratou dos desafios das organizações sindicais e estudantis da educação superior frente ao neoliberalismo e à mercantilização. Tudo isso no marco de uma nova geopolítica mundial, visando o desenvolvimento e o fortalecimento de uma cultura de paz. Cristina abordou a relação estratégica entre a educação e a democracia, denunciando os ataques ao projeto democrático e inclusivo de educação, bem como à educação crítica, à docência e à liberdade de ensinar e aprender.
Ela destacou que a conjuntura política atual, após a eleição de um governo no campo democrático-popular, indica a retomada do Estado Democrático e de Direito, para a construção de políticas públicas de Estado direcionadas à garantia dos direitos sociais, a exemplo da educação. E ressaltou que é tarefa das organizações brasileiras do campo progressista a defesa da democracia, da vida, dos direitos sociais e da educação, por meio da construção de um projeto de nação soberana e de Estado Democrático.
Papel estratégico
“A atividade foi muito importante, com a participação de organizações de diversos países da América Latina e também da Espanha, todas com o intuito de fazer a discussão de qual é mesmo o papel da educação que a gente chama de superior. Qual o papel estratégico que ela cumpre no desenvolvimento e na soberania de um país, na formação humanitária no cidadão crítico”, considerou Cristina.
Um dos pontos de realce postos em pauta foi, segundo a diretora da Contee, “a atuação dos conglomerados de ensino privado, a ausência de regulamentação e como isso contribui para o enfraquecimento das universidades públicas”. Mas a fala de Cristina foi focada mesmo, sobretudo, na questão da democracia.
“É impossível pensar em democracia sem assegurar acesso à educação de qualidade, acesso à educação laica, referenciada socialmente. Quando há retrocessos na educação, há retrocessos democráticos. E vice-versa. Elas andam juntas. É muito difícil você falar em democracia sem educação de qualidade, assim como é difícil falar de uma educação participativa e crítica sem ter democracia.”
Táscia Souza