Dilma: ‘Brasil e China têm uma visão centrada no desenvolvimento sustentável contra as desigualdades’
A presidente do Banco do Brics afirmou que os dois países têm uma relação "integrada". Os chineses se tornaram o maior parceiro comercial do governo brasileiro por 15 anos seguidos
A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (Banco do Brics), Dilma Rousseff, disse que China e Brasil construíram uma relação estreita “complementar e integrada” nas últimas cinco décadas. “A China e o Brasil se entendem em um mundo multipolar. Temos entendimentos comuns, por exemplo, proteger o clima, um desenvolvimento sustentável, centrado nas pessoas, contra as desigualdades”. A entrevista foi concedida ao Global Times. Além dos dois países, mais três nações fazem parte do Brics – Rússia, Índia e África do Sul. Em 2024, seis países passaram a participar do bloco – Argentina, Arábia Saudita, Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes. O banco do grupo fica sediado em Xangai, cidade chinesa.
A China se tornou o maior parceiro comercial do Brasil por 15 anos seguidos e o Brasil é atualmente o nono maior parceiro comercial do governo chinês. No ano passado, o comércio bilateral entre os dois países aumentou 6,1% ano a ano, atingindo US$ 181,5 bilhões, apontaram estatísticas aduaneiras oficiais.
“O mais importante é que nós [ambos como países em desenvolvimento] podemos contribuir para a governança global e criar condições para construir uma comunidade com um futuro compartilhado”, disse Rousseff.
De acordo com Dilma, os dois países fizeram grandes investimentos conjuntos em áreas como satélites e campos de energia, e a China investiu muito na exploração de petróleo bruto e gás natural no Brasil. “Voltando a 2004, houve duas coisas importantes: a primeira é que o Brasil reconheceu a China como um mercado econômico após a admissão da China na OMC em 2001. A segunda é que uma empresa chinesa ganhou um contrato para construir um gasoduto de 1.000 quilômetros que ligava as regiões sudeste e nordeste do Brasil”.