Fepesp: Avanço da tecnologia desumaniza ambiente escolar, avalia Onassis

Dirigentes e delegados ao recente X Congresso do Sinprosasco (“Consciência de classe e luta”) debateram diversos temas alusivos à pauta do evento. Mas um assunto que galvanizou relatos, debates e mesmo desabafos, especialmente em 24 de agosto, encerramento do evento, foi o cansaço crescente dos professores. Muito disso atribuído ao avanço avassalador das novas tecnologias.

Plataformização – Para o secretário-geral da entidade, Onassis Matias Xavier, “o fato mais positivo do Congresso foi a oportunidade do professorado falar das suas condições, discutir ideias, expor angústias e debater o impacto das tecnologias no processo educativo”.

Os participantes do Congresso também criticaram “a crescente plataformização do ensino e das tarefas”. Essa questão ficou mais patente na palestra do professor-doutor César Augusto Amaral Nunes, especialista em Políticas Públicas pela Universidade de Harvard, que falou do “Impacto da Tecnologia na Atividade Docente”, ensejando o aprofundamento da reflexão sobre o papel do docente na era digital.

Segundo o professor Onassis, um desafio deixado pelo palestrante foi acerca de que meios encontrar para “molhar de humanidade essa relação a passos largos entre tecnologia e humano”. Ou seja, “como se conectar à tecnologia sem perder a humanidade que deve permear o ambiente de ensino”. Na profissão há 37 anos, Onassis lamenta que a imposição acelerada de tecnologias “crie uma fissura no contato, diálogo e mesmo amizade entre professor e aluno”.

Em sua palestra, César Augusto Amaral Nunes mencionou que, numa aula, o professor toma em torno de 50 microdecisões, variadas, o que não ocorre num ambiente de plataformização. Outro problema é cada escola tende a ter sua plataforma, “enchendo o professor de tarefas”.

O que fazer? Ante o quadro de precarização desenhado pelo X Congresso, o que fazer? Para Onassis Matias Xavier, “o debate deve prosseguir e cabe aos Sindicatos buscar meios de propiciar aos professores a formação necessária para o enfrentamento dessa nova realidade, via cursos, palestras e outras formas”. Ele também vê necessidade de “entendermos como trabalhar pra que a Inteligência Artificial seja a nosso favor”, amenizando o sofrimento dos professores.

Sesi – Professor de Educação Física, Onassis lembra que entrou na rede Sesi há 33 anos, ou seja, desde março de 1991.

Da Fepesp

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