Lula anuncia mais de R$ 100 milhões para fortalecer cursinhos populares

O presidente Lula assinou neste sábado (18) o termo de compromisso do edital da Rede de Cursinhos Populares (CPOP), com investimento previsto de R$ 108 milhões para apoiar até 500 cursinhos em todo o país no próximo ano. O ato aconteceu no Ginásio Adib Moysés Dib, em São Bernardo do Campo (SP).

“O Brasil do futuro será melhor do que o Brasil do presente. Ninguém na idade de vocês tem o direito de desistir. Por mais que se tenha dificuldade em casa, por mais que se tenha dificuldade financeira, por mais que às vezes as coisas não andem bem, não há possibilidade de vocês, na idade de vocês, desistirem”, disse Lula, para uma plateia formada por estudantes da rede CPOP que participavam de um “aulão” com foco no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

As provas do Enem acontecem em 9 e 16 de novembro. Somente nas cidades paraenses de Belém, Ananindeua e Marituba, as provas serão em 30 de novembro e 7 de dezembro, em decorrência da realização da COP30.

O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou a importância de aperfeiçoar a política pública: “Essa rede de cursinhos populares já existia, mas não tinha esse apoio do poder público. Nós precisamos fortalecê-la e transformá-la em uma política de Estado. O novo edital vai chegar a 500 cursinhos da CPOP em todo o Brasil.”

A partir do novo edital, com previsão de ser divulgado em dezembro, o MEC pretende consolidar o CPOP como “política permanente de equidade educacional.”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também participou. Ele foi ministro da Educação de 2005 a 2012, nos governos Lula e Dilma, sendo corresponsável por importantes marcos na área, como a implementação do Prouni (Programa Universidade para Todos) e do Piso Salarial Nacional para professores de escolas públicas da educação básica, além de fortalecer o Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior) e criar 18 novas universidades federais, 173 campus universitários e 360 unidades dos institutos federais.

Na sua fala, enalteceu a criação da política das cotas sociais e raciais nos primeiros governos Lula, a qual se referiu como “reforma agrária do ensino superior”.

“Reservamos 50% das vagas para alunos de escola pública. Isso equivale a fazer uma reforma agrária inteira no ensino superior brasileiro. É você dividir com justiça”, destacou Haddad, que ainda lembrou que os alunos oriundos de escolas particulares não reclamaram, pois o governo Lula dobrou o número de vagas nas universidades.

Atualmente, 384 cursinhos populares são atendidos em benefício de 12,1 mil estudantes. A meta agora é alcançar os 500. Segundo o MEC, cada cursinho recebeu R$ 163,2 mil para pagamento de professores, coordenadores e equipe técnico-administrativa, como também R$ 200 mensais para até 40 alunos por unidade, como auxílio-permanência.

De acordo com o governo federal, a Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP) visa a oferta de suporte técnico e financeiro para a preparação de estudantes da rede pública em situação de vulnerabilidade social, ao fortalecer cursinhos pré-vestibulares populares e comunitários com o propósito de “ampliar as oportunidades de acesso ao ensino superior e estimular o interesse dos jovens pelo Enem”.