Contee presente na 1ª Cúpula Popular dos Brics, no Rio de Janeiro
Evento reúne representantes de 21 países para discutir cooperação, multipolaridade e o fortalecimento da participação da sociedade civil; Márcio Franco representa a Contee no encontro.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) está participando da 1ª Cúpula Popular do Brics, realizada no Armazém da Utopia, na zona portuária do Rio de Janeiro. O evento, que ocorre entre 1º e 4 de dezembro, reúne cerca de 150 representantes de 21 países para discutir temas estratégicos do Sul Global. A Contee é representada pelo coordenador adjunto da Secretaria de Comunicação, Márcio Franco.
Em mensagem enviada à entidade, Márcio destacou a centralidade dos debates: “Estamos aqui representando a Contee em um debate fundamental. São três dias de discussões intensas sobre educação, saúde, inteligência artificial, informática e possibilidades de cooperação entre os povos para avançar nessas áreas. É um espaço muito rico, com delegações do mundo inteiro, e a Contee marca presença contribuindo para esse diálogo essencial.”
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A cúpula popular e o papel da sociedade civil
Esta é a primeira vez que o Brics organiza uma cúpula voltada especificamente à participação social. O objetivo é consolidar um canal direto entre movimentos populares, sindicatos, organizações sociais e os governos do bloco, fortalecendo a construção de uma agenda comum para o desenvolvimento dos países emergentes.
O encontro ocorre seis meses após a cúpula principal do Brics, realizada no Museu de Arte Moderna (MAM), também no Rio de Janeiro, que reuniu chefes de Estado e resultou na Declaração do Rio de Janeiro, documento com 126 pontos que orientará a atuação do bloco.
O que é o Brics e por que o debate importa
O Brics é formado por 21 países do Sul Global, reunindo nações da América Latina, África, Ásia e Oceania. O grupo atua como um fórum de articulação política, diplomática e econômica, com presidência rotativa — atualmente exercida pelo Brasil.
Anualmente, os chefes de Estado se reúnem para definir prioridades em temas como desenvolvimento sustentável, tecnologia, infraestrutura, segurança alimentar, integração produtiva e cooperação financeira.

Agenda estratégica: multipolaridade, desdolarização e cooperação
Durante os quatro dias da Cúpula Popular, participantes discutem questões que ganharam força no bloco nos últimos anos, como:
- cooperação econômica e fortalecimento do multilateralismo;
- construção de uma ordem mundial multipolar;
- reconfiguração da geopolítica global;
- o papel do Brics na governança internacional;
- desdolarização e ampliação do uso de moedas locais;
- educação, saúde, inteligência artificial e infraestrutura;
- experiências de soberania alimentar e agroecologia.
Os debates dialogam diretamente com os compromissos firmados em julho, na Declaração do Rio. Entre os principais avanços anunciados pelos chefes de Estado estão:
- defesa de uma reforma profunda da ONU, com maior representação de países em desenvolvimento;
- apoio à solução de dois Estados para Palestina e Israel;
- crítica a medidas tarifárias unilaterais;
- incentivo ao uso de moedas locais nas transações internacionais;
- ampliação da cooperação em tecnologia, IA, logística e infraestrutura;
- fortalecimento da atuação de Brasil e Índia no Conselho de Segurança da ONU;
- criação da Parceria do Brics para a Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas, voltada à saúde das populações mais vulneráveis;
- lançamento de um plano de financiamento climático, com meta de mobilizar US$ 300 bilhões anuais até 2035, além de determinar que 40% dos recursos do Novo Banco de Desenvolvimento sejam destinados a projetos ambientais até 2026.
A participação da Contee
Para a Contee, integrar a Cúpula Popular significa reafirmar o compromisso com um projeto de desenvolvimento baseado na soberania, na justiça social e no fortalecimento da educação como eixo estruturante da democracia.
Ao acompanhar os debates e contribuir para a formulação das propostas, a entidade se soma às organizações que defendem um Brics mais plural, democrático e conectado às necessidades reais dos povos do Sul Global.
Com informações da Agência Brasil
Por Romênia Mariani





