Contee manifesta apoio aos atos nacionais contra o feminicídio neste domingo (7)

Entidade reforça urgência de enfrentar a misoginia estrutural e cobra políticas públicas efetivas de prevenção, proteção e educação

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) manifesta seu pleno apoio aos atos nacionais que ocorrerão neste domingo, 7 de dezembro, em diversas cidades do país. A mobilização Mulheres Vivas nasce da crescente indignação diante da violência extrema que atinge brasileiras de todas as regiões e da necessidade urgente de respostas mais firmes do Estado e da sociedade.

Segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Brasil já registrou mais de mil feminicídios em 2025. Cada caso expõe falhas no sistema de proteção, a persistência da misoginia e a naturalização de práticas violentas que precisam ser enfrentadas com determinação e políticas públicas permanentes.

Crime no CEFET Maracanã abala a comunidade educacional

Entre os episódios recentes que chocaram o país, o duplo assassinato de duas funcionárias do Cefet Maracanã, no Rio de Janeiro, ocorrido na sexta-feira, 29 de novembro, evidencia de forma cruel o risco vivido por mulheres até mesmo em seus ambientes de trabalho. As servidoras foram mortas por um colega dentro da própria unidade. Os corpos foram sepultados no domingo, 30 de novembro, em cerimônias marcadas por dor e revolta de familiares, estudantes e profissionais da educação.

Para a Contee, um feminicídio dentro de uma instituição educacional é um alerta gravíssimo. Nenhuma trabalhadora deve temer por sua vida no exercício de suas funções. Proteger as mulheres significa proteger também o espaço escolar como território de convivência pacífica, respeito e democracia.

Violência que não pode ser naturalizada

Nos últimos dias, outros casos de extrema brutalidade agravaram a indignação nacional. No Recife, uma mãe e seus quatro filhos morreram carbonizados após o agressor incendiar a casa onde estavam. Em Minas Gerais, Tainara Souza Santos, 31 anos, teve as duas pernas amputadas após ser atropelada e arrastada por um homem que não aceitava o fim da relação. Em São Paulo, Evelin de Souza Saraiva, 38 anos, luta pela vida após levar cinco tiros do ex-companheiro enquanto trabalhava em uma barraca de pastel.

Essas histórias revelam a face mais aguda de um problema estrutural. A Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher, do DataSenado, aponta que 3,7 milhões de brasileiras sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar somente em 2025. Quase seis em cada dez relataram agressões recentes. Em quatro de cada dez casos, adultos que testemunharam a violência não prestaram qualquer ajuda.

De acordo com a Contee, esses números demonstram o caráter inadiável de políticas de prevenção, acolhimento efetivo e enfrentamento ao machismo que sustenta essas práticas.

Educação tem papel estratégico no enfrentamento

A Contee reafirma que combater o feminicídio não é tarefa restrita à segurança pública. É também, e sobretudo, uma missão da educação. As escolas são espaços de formação humana e social, onde se constroem valores de igualdade, respeito e convivência democrática. É essencial que meninos e meninas aprendam desde cedo que nenhuma forma de violência é tolerável e que a autonomia das mulheres é um direito inegociável.

Trabalhadores e trabalhadoras da educação têm papel fundamental na identificação de sinais de risco, na orientação das famílias e na construção de uma cultura escolar que rejeita qualquer forma de misoginia.

A Contee estará nas ruas

A Contee conclama suas entidades filiadas, dirigentes e trabalhadores da educação a se somarem aos atos deste domingo, 7 de dezembro. Estar nas ruas é defender a vida das mulheres, denunciar a escalada da violência e exigir políticas públicas capazes de garantir proteção, autonomia econômica, acolhimento e uma educação comprometida com a equidade de gênero.

Locais dos atos nacionais Mulheres Vivas — domingo, 7 de dezembro

Brasília (DF) – 10h – Feira da Torre de TV
São Paulo (SP) – 14h – Vão do Masp
Rio de Janeiro (RJ) – 12h – Posto 5, Copacabana
Curitiba (PR) – 10h – Praça João Cândido, Largo da Ordem
Cuiabá (MT) – 14h – Praça Santos Dumont
Campo Grande (MS) – 13h – Em frente ao Aquário do Pantanal
Manaus (AM) – 17h – Largo São Sebastião
Parnaíba (PI) – 16h – Em frente ao Parnaíba Shopping
Belo Horizonte (MG) – 11h – Praça Raul Soares
Porto Alegre (RS) – 17h – Praça da Matriz
São José dos Campos (SP) – 15h – Largo São Benedito
Salvador (BA) – 10h – Barra – Do Cristo ao Farol
São Luís (MA) – 9h – Praça da Igreja do Carmo – Feirinha
Belém (PA) – 8h – Boulevard Gastronomia
Teresina (PI) – 17h – Praça Pedro II

Da Redação Contee

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