Mais um ataque à educação: Anima abre capital na bolsa
Na semana em que a Contee cobrou urgência na aprovação do projeto de lei que cria o Insaes – votação que foi adiada na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara – e apenas sete dias depois de reportagem do portal R7 apontar as megafusões no ensino superior brasileiro e as empresas que dominam hoje o setor, com negócios de mais de R$ 23 bilhões, mais uma abertura de capital foi anunciada.
Segundo a Agência Reuters, o grupo Anima Educação definiu, nesta sexta-feira (4), a faixa de preço para sua oferta pública inicial de ações, entre R$ 16,50 e R$ 22 reais por papel.
A Anima informou anteriormente que a totalidade dos recursos levantados será destinada à continuidade do seu processo de aquisições. Atualmente, a empresa é dona dos centros universitários UNA, UniBH e Unimonte, e de duas faculdades nas cidades de Betim e Contagem, em Minas Gerais – instituições que já motivaram ações de entidades filiadas à Contee, como o Sinpro Minas. Em março deste ano, a Anima comprou uma participação 50% na HSM, instituição de educação e eventos corporativos, por R$ 55,3 milhões.
O prospecto da operação foi divulgado depois que a Ser Educacional, com foco no Nordeste e Norte do país, ter publicado os termos de um IPO que pode movimentar quase R$ 1 bilhão neste mês.
Até junho, a Anima contava com mais de 48 mil estudantes matriculados em cursos presenciais, em 17 campi localizados nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo a companhia, os números foram alcançados partindo de uma operação inicial de dois campi e 3,8 mil estudantes em 2003. Nos últimos anos, a companhia contou com uma forte ajuda do para crescer. Entre janeiro e junho, a Anima Educação teve receita líquida de R$ 215,25 milhões, alta de 36,3% sobre igual período de 2012. Já o lucro líquido avançou 67,5%, a R$ 30,25 milhões.
O quadro demonstra, mais uma vez, a urgência de duas questões defendidas pela Contee: a aprovação do Insaes – que passará a ser o órgão autorizador e fiscalizador de tais fusões – e a necessidade de garantir, no Plano Nacional de Educação (PNE), que a totalidade dos investimentos públicos seja aplicada exclusivamente na educação pública, sem ser usada para garantir o crescimento de empresas de capital aberto e pouco preocupadas com a qualidade do ensino.
É nestas duas vertentes que a Contee tem atuado intensamente no Congresso Nacional e convoca as entidades filiadas a engrossarem essa batalha. Educação não é mercadoria!
Da redação, com informações da Agência Reuters