Financiamento de campanha domina debate sobre reforma política na Câmara
A Contee esteve presente ontem (3), representada pela coordenadora da Secretaria de Assuntos Institucionais, Nara Teixeira de Souza, da audiência pública realizada na Câmara dos Deputados para tratar da reforma política. E o tema principal foi a defesa, feita pela Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, da qual a Contee faz parte, do fim das contribuições de empresas para campanhas eleitorais.
O representante do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Carlos Moura, afirmou que o poder econômico distorce o sistema político. “As empresas bancam a fatura da eleição. Podemos dizer que o poder emana do povo?”, argumentou, segundo a Agência Câmara. Já para o representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB ) na comissão especial que analisa a reforma política, Marcelo Lavenère, atualmente existe uma grave crise de representação, pois o modelo da democracia representativa parece ter esgotado sua capacidade de organização social e de mobilização política da cidadania. Segundo ele, o texto da PEC 344/13, em tramitação na Casa, não cumpre o seu papel, pelo fato de permitir o financiamento eleitoral de empresas. “Tem deputado que chega aqui já endividado, com acordos fechados com as empresas que financiaram sua campanha”.
Entre outros pontos, também houve críticas à proposta de voto distrital e defesas acerca de uma eleição em dois turnos também para os parlamentares. Essa proposta foi criticada pelo relator da comissão especial da reforma política, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), para quem a possibilidade de um segundo turno desvirtua a ideia inicial da sociedade civil organizada de melhorar o sistema político. Para Castro, o ideal seria um sistema eleitoral misto no qual metade dos deputados seria eleita pelo sistema majoritário distrital e metade pelo sistema proporcional, com lista fechada de candidatos.
Com informações da Agência Câmara