Desvelando segredos: O povo foi às ruas!
Por José Nivaldo Mota*
Na medida em que os golpistas de plantão vão a todo custo, tentando implementar suas reformas malditas, a previdenciária e a trabalhista, o povo começa a entender e se posicionar contrariamente a este verdadeiro ataque ao conjunto dos trabalhadores.
Cada vez mais, de forma bastante interessante e progressiva, o povo começa a identificar quem são aqueles que querem tirar seus direitos. O Congresso Nacional eleito em 2014 é um dos mais conservadores da era republicana, tanto é assim que ousaram caçar uma presidenta eleita com mais de 54 milhões de votos e sem nenhuma mancha em sua conduta que motivasse o seu afastamento da Presidência.
Ainda sob o efeito da cassação do mandato de Dilma, a quadrilha que assume o poder começa a elaborar um plano que vise a quebrar a espinha dorsal do movimento sindical brasileiro. Essa questão ainda não está definida, ainda é possível reverter a situação, mas o movimento sindical e político tem que ter a sagacidade e o senso de oportunidade para poder ampliar e não sectarizar neste momento crucial.
O Congresso Nacional é de maioria corrupta, todo mundo é sabedor disso, tanto é assim que impuseram uma derrota para o conjunto dos trabalhadores, o golpe dado em 2016 é parte desta primeira derrota. As reformas que querem impor os retrocessos são a sequência do golpe. Mentem de forma descarada com ajuda da mídia, principalmente as grandes corporações, tendo as Organizações Globo como o principal instrumento da manipulação popular.
Mas a greve de 28 de abril, como parte de duas grandes manifestações massivas anteriores, veio colocar no cenário nacional a classe trabalhadora, que, como um despertar, vem percebendo que aquele pato colocado na Av. Paulista, em São Paulo, representa não a eles, os de baixo, mas aqueles que querem ver a sua escravidão caso estas reformas sejam aprovadas.
Hoje as pessoas começam a perceber que a saída não somente de Dilma, mas verdadeiramente de um projeto de governo, representa um real perigo para a sua sobrevivência. Começam a entender que aquelas manifestações de 2015 e 2016 pedindo o Fora Dilma não eram para acabar com a corrupção, até porque os bandidões estão no poder, mas sim impor esta pauta nociva ao povo.
Nos lares, ruas, bairros, botequins, enfim, em qualquer lugar encontramos as pessoas revoltadas, querendo se organizar, querendo participar efetivamente da luta. Essa demonstração foi dada na sexta, dia 28, quando milhões foram às ruas. Aqui em Maceió tivemos um dos maiores atos que esta cidade já viu principalmente no que diz respeito à defesa dos direitos dos trabalhadores.
Desvelando segredos, o povo, os trabalhadores e trabalhadoras, organizados ou não, não querem perder seus direitos. Neste jogo, eles depositam confiança em suas organizações de classe, mesmo que em muitos casos se dê de forma inconsciente, é necessário agora não decepcioná-los!
*José Nivaldo Mota é vice-presidente do Sinpro-AL e membro da Diretoria Plena da Contee