ESNA inicia seus trabalhos em Manágua

Mais de 200 delegados internacionais (vindos de 27 países) e outras dezenas de lideranças nicaraguenses deram início, nesta quinta-feira (25), à quarta edição do Encontro Sindical Nossa América (ESNA). Reunidos em Manágua, no Auditório da Biblioteca da Universidade Nacional de Engenharia (UNI), sob as bandeiras da unidade de ação e da integração latino-americana, os sindicalistas debaterão durante os próximos dois dias como a classe trabalhadora do continente pode contribuir para o processo de mudanças que está em curso na região.

Dirigentes da CONTEE participam da atividade. Além deles, uma massiva delegação da CTB também comparece ao 4º ESNA. Cerca de 50 dirigentes ligados à Central estão em Manágua.

Os trabalhadores locais recepcionaram os delegados internacionais com as palavras de ordem que descrevem a sociedade pela qual lutam: “Seguimos mudando – Nicarágua cristã, socialista e solidária”. Liderados pela Frente Nacional de Trabalhadores (FNT), seus dirigentes realizaram intervenções que ratificaram o princípio de unidade de ação destacado pelo ESNA.

Coube a Gustavo Porras, deputado da Frente Sandinista e dirigente da FNT, destacar e agradecer a solidariedade internacional recebida pela Nicarágua ao longo dos últimos anos, em especial dos companheiros cubanos. Ele também ressaltou a luta da FNT contra os governos neoliberais que se instalaram em seu país, especialmente na década de 1990. “Os trabalhadores foram uma das bases fundamentais para que os sandinistas pudessem voltar a ser governo, pela via eleitoral”, afirmou.

A importância da unidade

Salvador Valdés, secretário-geral da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC), deu grande destaque em sua intervenção à necessidade da unidade de ação entre os trabalhadores da América Latina. “Temos, neste momento, a oportunidade de avançarmos juntos, com os mesmos propósitos, com mais soberania”, disse.

Para Valdés, a unidade é o elemento necessário para sustentar as políticas defendidas pelos trabalhadores. “O ESNA nos últimos anos surgiu como prova da autenticidade latino-americana. Precisamos destacar o protagonismo dos trabalhadores nos processos internacionalistas, a partir da articulação com os movimentos sociais e os governos progressistas”, defendeu.

Ramón Cardona, secretário para as Américas da Federação Sindical Mundial (FSM), relembrou o sucesso do Congresso da entidade (realizado no último mês de abril, na Grécia) e destacou uma de suas resoluções: “A crise não foi criada pelos trabalhadores. É deles que deve partir a disposição de lutar contra o capitalismo. Afinal, os problemas desse sistema não podem ser resolvidos com mais capitalismo”, disse o dirigente, reiterando ter a certeza de que a maioria dos presentes ao ESNA pensa de forma semelhante. “Este espaço é a demonstração do que é possível fazer a partir do esforço conjunto, apesar de todas as dificuldades”.

O coordenador-político do ESNA, Juan Castillo, também tocou na questão da unidade durante seu discurso. “A falta de unidade facilita o trabalho do imperialismo, que não fica de braços cruzados”. Antes de declarar oficialmente abertos os trabalhos, o dirigente mencionou as grandes manifestações populares ocorridas no Chile esta semana, confirmou que o ESNA fará todo esforço pelo abaixo-assinado pela libertação dos 5 Patriotas cubanos e afirmou que o momento é de deixar os discursos de lado e partir para a ação.

“Nossa América nos pertence”, afirmou Castillo. “Precisamos construir uma nova visão de mundo. A unidade é nossa ferramenta mais importante”, disse, antes de recordar a recente trajetória do ESNA e seu principal objetivo. “Parece que faz muito tempo que temos convivido em torno do ESNA, mas faz apenas três anos e alguns meses. Desde Quito, passando por São Paulo e Caracas, aqui chegamos, elaborando e construindo um processo de mudanças políticas, que coloque a classe trabalhadora como protagonista, a fim de construir o socialismo como forma de acabar com a injustiça social”, sustentou.

Programação

Em seu segundo dia, os delegados do ESNA serão divididos em três grupos temáticos. No sábado, os resultados das discussões ocorridas em cada grupo serão apresentados e servirão de subsídio para um documento final do evento.

Confira abaixo a programação dos próximos dois dias de trabalho:

Sexta-feira – 26 de agosto

9h – Instalação do Encontro em plenário. Saudações das delegações e dados gerais do desenvolvimento dos trabalhos.
12h – Trabalhos em três oficinas (crise econômica, balanço do ESNA e formação).
13h30 – Almoço.
15h – Oficinas.
19h – Ato cultural

Sábado – 27 de agosto

9h – Encerramento das oficinas
11h – Resumo dos trabalhos das oficinas. Propostas de moções de solidariedade e propostas para realização do 5º ESNA.
13h – Almoço.
15h – Plenário geral: leitura de resoluções.
17h – Ato de encerramento: Declaração final e Plano de ação.

Fonte: CTB

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