Popularidade de Bolsonaro despenca 15% em dois meses
A proporção de quem considera sua administração boa ou ótima caiu de 49% em janeiro para 39% em fevereiro e chegou a 34% em março, segundo a pesquisa do Ibope, divulgada pelo jornalista José Roberto de Toledo, da revista Piauí.
Percentual da população que considera seu governo ruim ou péssimo subiu de 11% em janeiro para 24% em março. Outros 34% consideram que é regular, e 8% não souberam avaliar.
Se 62% diziam confiar no presidente em janeiro, só 49% ainda confiam nele agora. Perda de 13 pontos. Ao mesmo tempo, a desconfiança saltou de 30% para 44%.
“Em comparação com outros presidentes eleitos, porém, o começo da passagem de Bolsonaro pelo Palácio do Planalto é o pior já registrado. Nos seus primeiros mandatos, Dilma, Lula, Fernando Henrique e Collor sustentaram taxas mais altas do que os 34% de Bolsonaro nos meses iniciais. A popularidade deles só ficou abaixo desse patamar nos segundos mandatos de FHC e Dilma, quando os presidentes já acumulavam mais de quatro anos de desgastes”, diz o jornalista José Roberto de Toledo.
A pesquisa foi realizada entre 16 e 19 de março, em todas as regiões do Brasil, com a população de 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%
Ladeira abaixo
A líder da Minoria na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali, afirmou que Bolsonaro vai “descendo a ladeira e levando o Brasil junto”. Ela registrou ainda que “ IBOPE registrou pior nível de aprovação desde Collor no mesmo período”.
Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) “parece que a popularidade do Bolsonaro vai bater no pré-sal antes dele entregar a Petrobras pros gringos”. Para o parlamentar comunista “perder 14% de avaliação positiva e mais que dobrar o ruim/péssimo em 3 meses não é pra qualquer um, é coisa de incompetente profissional”.
Para Márcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo,do PT, o “governo Bolsonaro imbatível. Mesmo sem ter ainda completado três meses de governo, bate recorde em queda de popularidade desde Sarney (…) A se manter assim, com esse ritmo acelerado, vai ficar devendo popularidade”.