Sinpro Macaé e Região: Professoras têm salários menores que professores, mostra pesquisa nacional
Publicado na Revista Piauí, dados do Censo Escolar 2020 corrobora a luta do Sinpro Macaé sobre equidade salarial entre gêneros
Por Bruno Pirozi
Em várias profissões, mulheres continuam com salários mais baixos que os homens. Entre os docentes, mesmo sendo minoria na Educação Infantil, eles chegam a receber até 12% acima, comparado aos vencimentos das professoras. Os números foram publicados pela Folha do Piauí com dados do Censo Escolar 2020; Relação Anual de Informações Sociais 2019, compilados pelo Pindograma via Base dos Dados Mais.
Segundo o jornal, uma professora no Brasil recebe em média R$ 3294 enquanto eles ganham cerca de R$ 3706. A pesquisa mostra que no campo de qualificação, as mulheres se mantêm, em maioria, em níveis de escolaridade mais baixos. Outro ponto diagnosticado é que a maioria delas reside em regiões que pagam menos aos docentes.
“Os homens têm salários médios mais altos que as mulheres tanto na educação infantil quanto no ensino médio, (…). A maior diferença é observada na educação infantil, onde os professores têm remuneração 25% maior que as professoras”, aponta a Revista.
Em Minas Gerais, a disparidade salarial é a maior do país: as mulheres têm remuneração média mensal de 3.072 reais, enquanto os homens recebem, em média, 4.157 reais – 35% a mais. No Brasil, os professores ganham 12% a mais que as professoras.
A luta para equiparação salarial não é nova. Existe uma campanha nacional de 2014 da Confederação Nacional dos Trabalhadores de Estabelecimentos de Ensino – Contee “Professor é professor. Diferentes, mas iguais”, que reforça o quanto é necessário criar estratégias e políticas públicas para as diferenças de vencimentos. No Ensino Básico do primeiro segmento do Ensino infantil é muito mais grave, já que os salários são menores e a pressão por vezes é maior em relação às mulheres.
“Essa luta que travamos não é de hoje. Sabemos que os resquícios do patriarcado colocam sobre a mulher outras responsabilidades que diminui delas o tempo para que se qualifiquem mais e melhor e assim tenham seus salários equiparados aos professores homens. Além da sala de aula, elas são pressionadas a dar conta das atividades domésticas e de cuidadoras de filhos e maridos. É muito grave que em 2021 a gente ainda conviva com este tipo de episódio”, conta Guilhermina Rocha, presidente do Sinpro Macaé e Região.
O Brasil é um país de professoras: elas são 81% dos docentes escolares, mas a presença de mulheres diminui à medida em que avançam as etapas de ensino. Com o passar delas, a presença de professoras diminui. Elas correspondem a 96% dos professores da Educação Infantil. No Fundamental I e II, elas representam, respectivamente, 88% e 67% do corpo de ensino. No Médio, o percentual cai para 58%.
Do Sinpro Macaé e Região