Adolescente brasileiro-palestino de 17 anos morre na prisão israelense

Fepal denunciou o assassinato de Walid Khaled Abdullah Ahmed na detenção de Megido, acusado de usar choques elétricos, espancamentos, privação de comida e ataques com cães contra detentos

A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) denunciou nesta segunda-feira (24/03) a morte de Walid Khaled Abdullah Ahmed, cidadão brasileiro-palestino de 17 anos, que estava sob custódia de Israel desde 30 de setembro de 2024. Durante o período, o jovem não recebeu nenhuma acusação ou julgamento.

Segundo a entidade, o adolescente que nasceu em Silwad, na Cisjordânia , foi assassinado dentro da prisão de Megido, uma unidade carcerária israelense denunciada por organizações internacionais por práticas de tortura , incluindo choques elétricos, espancamentos, privação de alimentos e até ataques com cães. O tratamento degradante foi reconhecido inclusive pelo jornal israelense Haaretz .

Segundo o Middle East Eye, o Serviço Prisional Israelense divulgou um comunicado informando que “um detento de segurança de 17 anos da Cisjordânia morreu ontem [sábado 22/03] na Prisão de Megido”, sem sua identificação, detalhes ou situações da morte.

O portal ainda explicou que o título “detento de segurança” é usado por Israel para prender palestinos “de forma arbitrária como tática de pressão para reprimir a dissidência”.

A Comissão de Assuntos de Prisioneiros e Detentos Palestinos e a Sociedade de Prisioneiros Palestinos publicaram uma declaração conjunta sobre o caso do jovem. Ao condenar a morte do adolescente, as organizações denunciaram “os níveis de brutalidade sem precedentes desde que a guerra de genocídio israelense começou em Gaza em outubro de 2023”.

Com o falecimento de Ahmed, o número de palestinos mortos sob custódia de Israel “devido a abusos sistemáticos dentro de centros de detenção” desde o início do conflito chega a 63, segundo a declaração.

“O número crescente de mortos entre os detidos provavelmente aumentou, já que milhares permaneceram nas prisões israelenses e são submetidos a abusos sistemáticos, incluindo tortura, fome, negligência médica, violência sexual e condições projetadas deliberadamente para causar doenças graves”, afirmou o texto.

Responsabilizando “totalmente” o governo de Israel pela morte do adolescente, as organizações ainda apelaram para que a comunidade internacional “tome medidas decisivas” contra os líderes de Tel Aviv por crimes de guerra, para impor avaliações e isolar Israel internacionalmente.

(*) Com Brasil247 e informações de Middle East Eye e Qods News Agency

Do Opera Mundi

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