Centrais sindicais negam adesão a protesto convocado pela internet
São Paulo – Centrais sindicais, ONGs, representantes de movimentos sociais e demais setores da sociedade civil negam que participarão de uma greve geral, convocada para esta segunda-feira (1) em todo o Brasil, pelo Facebook.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, principais centrais sindicais do país, informaram que não irão participar do movimento. Em nota, a CUT reafirmou que “quem convoca greve geral é sindicato e não eventos do Facebook. Nem a CUT nem as demais centrais sindicais, legítimas representantes da classe trabalhadora, convocaram greve geral para o dia 1º de julho”, diz o texto da central sindical, que acusa “grupos oportunistas” pela criação do evento no Facebook.
Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, destacou que essa convocação não possui validade e que é mais uma ação de setores conservadores e oportunistas.
Segundo ele, a CTB, bem como as demais centrais, tem sua agenda de ação apresentada às suas respectivas bases e frisou “os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil sabem que rede social não convoca paralisação e nem greve, mais sim, os sindicatos e as centrais sindicais. Eles conhecem e confiam em suas representações”.
Na oportunidade, Wagner informou que a CTB está orientando suas estaduais a realizarem uma série de manifestações, no próximo dia 2 de julho, em aeroportos das principais capitais brasileiras.
Em entrevista à imprensa, o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. “(O ato de) 1º de julho não é do movimento sindical, de nenhuma central, não é de nenhum sindicato, não é de nenhuma federação. É fria”, alertou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna.
Segundo o dirigente, os eventos agendados pelas redes sociais estão criando informações desencontradas que não correspondem à realidade. “O Facebook é apenas uma rede social, qualquer um escreve o que quiser. O trabalhador deve seguir a orientação do seu sindicato”, afirmou.
Todas as centrais do país (Além da CUT e da Força, UGT, CSP/Conlutas, CGTB, CSB e NCST), mantêm a decisão de organizar atos conjuntos – do movimento sindical e social — no próximo dia 11 de julho.
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo divulgou nota em que afirma que não participará de nenhuma paralisação na segunda-feira e que essa mobilização não tem caráter oficial. Segundo o sindicato, “diante da falsa informação que circula nas redes sociais sobre uma possível greve geral, marcada para o dia 1.º de julho, os metroviários informam que não vão parar no dia 1”.
Até mesmo o governo do estado de São Paulo disse desconhecer o movimento. De acordo com a assessoria da Secretaria de Segurança Pública, não houve nenhuma informação sobre passeata ou ato público marcado para a capital paulista. A assessoria da Polícia Militar também afirmou que “como não há nada de concreto e confirmado, ainda não foi estabelecido nenhum esquema especial de segurança”.
Grandes jornais e redes de TV preferiram ignorar o falso chamamento para a paralisação geral, em vez de esclarecer que se trata de mais um caso de boato que se espalha rapidamente, sem que os internautas se preocupem com a veracidade do conteúdo – a “convocação” teve mais de um milhão de compartilhamentos, mas menos de 40 mil confirmações de presença.
Da Rede Brasil Atual