Justiça mantém prisão de bolsonarista que ameaçou de morte Lula e ministros do STF

Preso por ameaçar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros políticos de esquerda, além de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), o bolsonarista Ivan Rejane Forte Boa Pinto teve sua prisão mantida pela Justiça, neste sábado (23). A decisão foi tomada durante audiência de custódia.

A audiência de custódia do bolsonarista foi realizada às 11h, no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem (MG).

Na sexta-feira (22), ele ficou em silêncio durante depoimento à Polícia Federal.

Esses bolsonaristas são assim. Nas redes sociais são cancões, valentões, fazem e acontecem. Quando são apanhados por cometer crimes, afinam e se comportam como bichinhos acuados. Com Boa Pinto não foi diferente.

“Cientificado de que, caso tenha envolvimento com os fatos criminosos investigados, tem o direito de permanecer em silêncio, de não produzir provas contra si mesmo e de ser assistido por um advogado, Ivan respondeu que seu advogado encontra-se no interior do Minas Gerais, nesta data, e não poderá acompanhá-lo durante a oitiva e que, nesse sentido, prefere manter-se em silêncio e não responder as perguntas formuladas”, está escrito no termo de declaração do bolsonarista, que está disponível, agora, na internet.

‘PRATICAR AÇÕES VIOLENTAS’

Ao solicitar ao ministro do STF Alexandre de Moraes a prisão de Boa Pinto, a Polícia Federal afirmou que ele “utiliza canais da rede mundial de computadores – YouTube, Facebook, Twitter – e aplicativos de mensagem para ‘mandar um recado para a esquerda brasileira’, cooptando apoiadores com o fim de ‘caçar’ e de praticar ações violentas dirigidas a integrantes de partidos políticos à esquerda do espectro ideológico”.

Além da prisão, Moraes determinou também busca e apreensão de “armas, munições, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos” e também o bloqueio das redes sociais.

BOLSONARISMO É PERIGOSO E MATA

A polícia precisa mesmo prender esses marginais que se infiltraram na política brasileira por meio do bolsonarismo. Eles se assanharam com a vitória de presidente Jair Bolsonaro (PL), que os alimenta com discursos de ódios e preconceitos.

Não se pode esquecer do assassinato do dirigente do PT, em Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Arruda. Ele foi alvejado com tiros pelo bolsonarista, que é agente penitenciário federal, Jorge José da Rocha Guaranho.

Há cerca de 8 dias, Guaranho invadiu a festa de aniversário de Arruda, que completara 50, e tinha como tema o PT e Lula. O bolsonarista invadiu a festa gritando “aqui é Bolsonaro” e matou o militante do PT. O assassino está em prisão preventiva e vai responder processo.

ASSASSINATO EM SALVADOR

Não se pode esquecer do assassinato do mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, 63 anos, que foi morto em Salvador, dia 8 de outubro de 2018.

Ele foi esfaqueado, segundo apontou a SSP-BA (Secretaria de Segurança Pública da Bahia), após dizer ao assassino, identificado como Paulo Sérgio Ferreira de Santana, que era contra o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro. Paulo Sérgio está preso em Salvador.

Ele foi julgado e sentenciado a 22 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado na Penitenciária Lemos de Brito, em Salvador.

ATENTADOS TERRORISTAS

O agropecuarista Rodrigo Luiz Parreira é apontado como mandante do ataque com drone durante evento do ex-presidente Lula e do pré-candidato ao governo de Minas, Alexandre Kalil (PSD), em Uberlândia. Ele tem passagens pela polícia. Já foi condenado por estelionato na cidade mineira e roubo em Goiás.

Ele e mais duas pessoas foram presos em flagrante após usar drone para jogar veneno no público que participava do evento de lançamento da chapa Lula-Kalil, em Uberlândia. O evento foi realizado em 15 de junho. Além de Parreira, foram presos Charles Wender Oliveira Souza e Daniel Rodrigues de Oliveira.

BOMBA CASEIRA

É bom lembrar do ataque com espécie de bomba caseira que explodiu em ato com apoiadores de Lula na praça da Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, na noite do dia 7 de julho. Segundo um dos seguranças do local, o artefato explosivo continha substância com odor de fezes e urina.

A explosão foi registrada em frente ao palanque onde Lula, iria discursar. A bomba caseira teria sido arremessada já acesa em direção ao palco. Ao perceber a fumaça, as pessoas que estavam próximas ao local correram e, em seguida, a bomba explodiu.

Não houve correria generalizada e não houve registro de feridos no incidente. Aparentemente, a bomba caseira foi confeccionada com garrafa PET. Após a explosão do artefato, a equipe de bombeiros civis responsáveis pela segurança do evento recolheu os restos da garrafa para análise.

André Stefano Dimitriu Alves de Brito, de 55 anos, foi preso no mesmo dia. Ele teve prisão preventiva decretada dia 9. A decisão foi tomada em audiência de custódia no Rio de Janeiro. De acordo com a juíza Ariadne Villela Lopes, André praticou ato que colocou em risco a integridade física das pessoas no local.

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