Lula minimiza parecer da Defesa e orienta Bolsonaro a “reconhecer a derrota”

“Ninguém vai acreditar em um discurso golpista de alguém que perdeu as eleições”, disse o presidente eleito, sugerindo ao atual presidente que aceite a derrota. Relatório das Forças Armadas nada encontrou nas urnas eletrônicas que pudesse comprometer a lisura do pleito

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou a divulgação, na quarta-feira (9), do relatório feito pelo Ministério da Defesa sobre as eleições.

O documento seria estratégia de Jair Bolsonaro (PL) para colocar em dúvida ou em xeque a legitimidade da disputa. Deu errado.

Bolsonaro, que perdeu para Lula no segundo turno e não foi reeleito, já fez diversos discursos contra a Justiça Eleitoral e acusou, sem provas, ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de agirem para prejudicá-lo.

Trata-se, pois, de delírio do presidente da República e o relatório das Forças Armadas comprovou essa realidade. Não houve, segundo o relatório, irregularidades nas urnas. Apenas fez suposições de riscos.

“Não existe a possibilidade. Ninguém vai acreditar em um discurso golpista de alguém que perdeu as eleições. Eu perdi três eleições, a cada vez que eu perdia, ia para casa lamentar, ficava triste. Eu nunca entrei em depressão porque corintiano não entra em depressão, mas eu lamentava, e parava para pensar onde que eu errei”, declarou Lula ao sair de uma reunião com o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, na sede do tribunal, em Brasília.

RECONHECER A DERROTA

O presidente eleito sugeriu que Bolsonaro reconheça a derrota e volte a disputar nas próximas eleições.

“Cabe ao presidente reconhecer sua derrota, cabe a ele fazer uma reflexão e se preparar para daqui uns anos concorrer outra vez. É assim que é o jogo democrático, é respeitar a decisão da maioria do povo brasileiro”.

“ACABOU”

Após o Ministério da Defesa emitir, nesta quinta-feira (10), novo comunicado em que tratou do relatório sobre as urnas eletrônicas, o presidente do TSE comentou o tema. A Defesa anunciou, no site da instituição, que a nota veiculada na noite de quarta-feira, na qual se confirmou que não houve fraude no pleito eleitoral, foi “distorcida”.

Diante das duas notas da Defesa, Moraes foi questionado por jornalistas no TSE se a polêmica não acaba. Moraes respondeu: “Já acabou faz tempo”.

Na quarta-feira, inclusive, o TSE agradeceu a auditoria das Forças Armadas e considerou que o documento apresentado “não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”.

O documento da Defesa não destacou elementos que indicassem possibilidade de fraude no pleito do último dia 30 de outubro.

SUGESTÕES SEM APONTAR IRREGULARIDADES NAS URNAS

O documento da Defesa não aponta fraudes no processo eleitoral, como insinuou sem provas Bolsonaro ao longo deste ano, mas é ambíguo ao apresentar ressalvas sobre o sistema de votação.

“Em ambos os turnos, não se verificou divergências entre os quantitativos registrados no BU [Boletim de Urna] afixado na seção eleitoral e os quantitativos de votos constantes no respectivo BU disponibilizado no site do TSE”, está escrito no relatório, na página 16.

Mais adiante, na página 17, está escrito o seguinte: “Conclui-se que a verificação da correção da contabilização dos votos, por meio da comparação dos Boletins de Urna (BU) impressos com os dados disponibilizados pelo TSE, ocorreu sem apresentar inconformidade”.

Hora do Povo

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia também
Fechar
Botão Voltar ao topo