Estudantes mantêm estado de greve na UnDF
Restaurante universitário, melhoria nas políticas de permanência e gestão compartilhada estão entre as reivindicações
Os estudantes da Universidade do Distrito Federal (UnDF) votaram por manter o estado de greve em prol da implementação das demandas dos discentes. A votação ocorreu nesta quarta-feira (9) durante assembleia realizada em três turnos, de manhã, tarde e noite.
Na semana passada, os estudantes estiveram em reunião com a Reitoria Pro Tempore para discutir sobre os encaminhamentos das reivindicações apresentadas durante a greve. O diretor do Centro Acadêmico de Serviço Social da UnDF e representante do Comitê de Greve do Conselho Estudantil, Luiz Guilherme Lizio, informa que todas as pautas foram encaminhadas, mas, até o momento, não saíram do campo das promessas.
“Nosso julgamento geral, durante assembleia, foi de que, até o momento, não tem nada concreto em relação às pautas. Todas estão encaminhadas no sentido de promessa e criação do GT e comissão, mas, até então, nada começou a ser feito. Essa é avaliação do pessoal durante assembleia do matutino”, explica.
A greve estudantil na UnDF foi aprovada no dia 24 de setembro. Desde então, discentes da universidade reivindicam um conjunto de questões, como mais opções de alimentação, transporte que atenda os estudantes, melhores políticas de permanência estudantil, gestão compartilhada, melhora do currículo acadêmico e uma maior abertura da participação docente e discente nas alterações e adequações na UnDF.
Na quarta-feira (4), os estudantes foram surpreendidos pela Polícia Militar do DF (PMDF) durante umas atividades da greve. Segundo informações, a PMDF teria atendido a um chamado da Prefeitura da instituição, que acusou os discentes de “depredação de patrimônio público”. A acusação ocorreu após os estudantes removerem cartazes da administração da UnDF.
Falta de apoio
A greve estudantil na universidade foi aprovada com 41,65% dos discentes. Uma das preocupações dos discentes era o reconhecimento do estado de greve pela reitoria. Lizio conta que, durante reunião, foi estabelecido o direito de greve, com abono de faltas, recomposição do calendário. Ele conta que também foi criado um fórum permanente com oito comissões, uma para cada ponto de pauta e com participação discente.
Dentre as propostas dos estudantes, também está a instalação de um restaurante universitário (RU) no campus. Os alunos justificam que um centro de alimentação auxilia e evita evasão escolar, principalmente de alunos em situação de vulnerabilidade, além de dar sensação de pertencimento à faculdade.
Durante sessão na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), realizada na semana passada, o deputado distrital Fábio Felix (Psol) se encarregou de lidar com a questão da alimentação. Segundo Lizio, o parlamentar sinalizou que devem transferir a mesma estrutura e logística que já implementada pela alimentação nas escolas públicas do DF. “Para implementar aqui, teria que só fazer uma reforma curta na área da copa para ter a infraestrutura necessária para fazer alimentação e funcionaria da mesma forma que os bandejões”, explica.
A falta de acessibilidade para o campus também encabeça a luta dos estudantes. Segundo o movimento estudantil da UnDF, é necessária uma maior cobertura com transporte público, uma vez que boa parte dos alunos é forçado a fazer várias baldeações. Além disso, eles apontam que a parada de ônibus mais próxima não possui abrigo ou iluminação e está a mais de 600 metros da saída do campus. Na CLDF, também foi discutido uma reunião dos estudantes com a Secretaria de Estado de Mobilidade (Semob-DF).
Edição: Márcia Silva