Sinprosasco: Democracia em risco e a luta da classe trabalhadora. Resistência sempre!
A prisão de Jair Bolsonaro é um marco na história recente do Brasil. Representa não apenas a resposta às ações de um ex-presidente que flertou com o autoritarismo e desprezou as instituições democráticas, mas também um alerta de que o extremismo sempre cobra seu preço. O 8 de janeiro de 2023 nos mostrou como estivemos à beira do caos institucional e de um retrocesso sem precedentes. Felizmente, a democracia resistiu.
No entanto, não podemos nos enganar: a prisão de Bolsonaro não significa que os riscos tenham desaparecido. Pelo contrário, o cenário político atual nos coloca diante de um dos Congressos mais retrógrados da história republicana. Projetos de interesse dos trabalhadores seguem congelados nas gavetas, enquanto avança uma agenda contrária ao povo, capitaneada por bancadas que representam os interesses do mercado financeiro, do agronegócio predatório e de grupos que desprezam os direitos sociais.
Essas forças não escondem sua verdadeira face: querem enfraquecer os Sindicatos, desmontar as políticas públicas, restringir direitos conquistados com muito suor e luta, e aprofundar a desigualdade social. O crescimento esmagador dessas bancadas é um sinal claro de que a democracia brasileira continua sob ameaça – não apenas pelo autoritarismo de figuras individuais, mas pelo poder organizado de grupos que odeiam o povo e a classe trabalhadora.
Diante disso, não há espaço para a apatia ou para a desmobilização. O momento exige união, consciência e organização. Nós, trabalhadores, precisamos fortalecer nossas entidades de classe, que são o instrumento mais legítimo de defesa dos direitos da categoria e da sociedade. No caso dos Professores, o SINPROSASCO tem sido um exemplo de resistência, de luta por melhores condições de trabalho e de defesa da educação como bem público e direito de todos.
A história mostra que cada vez que os trabalhadores se uniram em torno de suas entidades, conquistas importantes foram alcançadas. Foi assim na luta por férias, 13º salário, aposentadoria e tantos outros direitos que hoje parecem naturais, mas que nasceram da mobilização sindical. O futuro só será diferente se a classe trabalhadora assumir seu protagonismo, defendendo um projeto de País soberano, justo e solidário.
O Brasil não é colônia de interesses estrangeiros nem propriedade de elites econômicas. É um País soberano, com riqueza natural e cultural capaz de garantir dignidade para todos os seus filhos e filhas. Para isso, precisamos lutar juntos, mesmo com nossas diferenças, mas sempre com a consciência de que somente unidos seremos fortes o bastante para enfrentar os ataques e garantir avanços.
Não há democracia sem participação popular, não há justiça social sem Sindicatos fortes, e não haverá futuro digno se deixarmos que os inimigos da classe trabalhadora ditem os rumos do País. A hora é agora: é tempo de resistir, de lutar e de construir o Brasil que queremos.
Salomão de Castro Farias
Presidente



