Em vez do outono, março será mês de primavera no movimento social, sindical e feminista com a II Mostra das Margaridas
No dia 22 de março, o outono já terá começado no Brasil, mas no Planalto Central, para os movimentos sociais, sindicais e feministas, o tempo será de primavera. Está marcada para acontecer entre 22 e 24 de março, em Brasília, a II Mostra das Margaridas, espaço político que integra a estratégia da Secretaria de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) para dar visibilidade ao processo de produção das mulheres e reafirmar o papel estratégico econômico que as trabalhadoras têm na produção de alimentos, na manutenção das suas famílias e na produção de autoconsumo.
A exposição, que reunirá artesanato e produtos agrícolas produzidos pelas pequenas agricultoras, faz parte do Movimento Marcha das Margaridas, tradicional caminhada das mulheres trabalhadoras do campo e da floresta pela Esplanada dos Ministérios em busca de visibilidade e reconhecimento social e político ao movimento. A Contee, que sempre se fez presente através de sua diretoria e de representantes das entidades filiadas, apoia, inventiva e defende tanto a Marcha quanto a Mostra das Margaridas como uma importante demonstração da atuação das mulheres, em especial do campo.
Neste ano, a meta é levar para a mostra entre 300 e 350 grupos de mulheres do país inteiro, além de produzir uma feira agroecológica no sábado, a fim de reafirmar a visão das trabalhadoras sobre a importância da produção sem agrotóxicos, sustentável e agroecológica.
Nos últimos dias, a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag, Carmen Foro, e o secretário de Finanças e Administração da entidade, Aristides Santos, reuniram-se com a ministra da cultura, Marta Suplicy, em busca de apoio para a Mostra das Margaridas. A ministra colocou à disposição das mulheres trabalhadoras rurais o espaço da Funarte, que é de responsabilidade do Ministério da Cultura, para a realização da exposição. Segundo Carmen Foro, a receptividade no ministério foi muito boa, “com muito respeito às mulheres trabalhadoras rurais e um interesse da ministra em dar visibilidade aos aspectos culturais do campo, das mulheres e à nossa produção”.
A I Mostra das Margaridas foi realizada em 2011, 11 anos depois da primeira Marcha das Margaridas. Em 2000, e também na segunda e na terceira edição (2003 e 2007), o foco do movimento foi a luta contra a fome, a pobreza e a violência sexista. Já em 2011, na quarta edição, o lema foi “Desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade”.
Em todos os anos, a marcha se revelou um grande momento de mobilização das mulheres trabalhadoras rurais em todos os estados brasileiros na batalha para romper com todas as formas de discriminação e violência. Nela, conquistas já foram garantidas, como a titulação da terra em nome do homem e da mulher e Projeto de Saúde Reprodutiva da Mulher.
O movimento é realizado pela Contag, pelas 27 Federações de Trabalhadores na Agricultura (Fitas) e pelos mais de 4 mil Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs), e por várias organizações de mulheres parceiras.
Da redação, com informações da Contag e do MinC