Pior versão da Reforma da Previdência pode ser votada na surdina, alerta especialista
Em entrevista para o jornal Brasil de Fato Paraná, o advogado e especialista em Direito Público e Previdência Pública, Ludimar Rafanhin, faz um alerta sobre os perigos da aprovação da Reforma da Previdência. Para ele, Temer tem pressa e pode, logo após o resultado das eleições, movimentar aprovação na surdina.
BdF – O “fim de feira” do Governo Temer inclui a intenção de aprovar a toque de caixa a Reforma da Previdência. Qual sua análise sobre isso?
O próprio Temer já disse que fará conversas imediatamente após o fim das eleições para aprovar a Reforma da Previdência. E, com a pressa que ele está, pode ser votada na surdina a pior versão da Reforma da Previdência, sem as alterações conseguidas com a luta de sindicatos, por exemplo.
BdF – De que forma impactará na vida dos trabalhadores brasileiros?
Entendo que se é para discutir previdência, tem que se falar em financiamento e não em retirar direitos dos trabalhadores. E, sendo aprovada a Reforma, teremos 65 anos como idade para aposentadoria, a exigência de 49 anos de contribuição para se aposentar na integralidade, obrigar trabalhadores rurais a fazerem contribuição previdenciária mensal, o que não acontece hoje. Enfim, serão inúmeros retrocessos de muitas lutas que foram feitas para que o trabalhador não seja quem tenha que ser prejudicado para resolver as contas públicas.
BdF – Qual é a importância das eleições para este tema
Temos hoje o candidato Bolsonaro defendendo a retirada de direitos dos trabalhadores. A bancada do partido dele é uma das maiores. Por isso, é preciso garantir a eleição de Haddad para que esta reforma não avance.