Bilionários do Brasil ficam R$ 269,5 bilhões mais ricos mesmo com pandemia
Relatório do banco UBS e da consultoria PwC mostra que em todo o mundo vivem apenas 2.189 pessoas com mais de US$ 1 bi de patrimônio
Por Fabíola Salani
Enquanto milhões de brasileiros ficavam horas na fila da Caixa Econômica Federal para tentar receber o auxílio emergencial pago a quem perdeu renda na pandemia do novo coronavírus e, assim, aplacar suas necessidades básicas, os super bilionários do país ficaram 38% mais ricos em relação ao ano passado, ou US$ 49 bilhões – o equivalente a R$ 269,5 bilhões.
O dado consta do relatório anual feito pelo banco suíço UBS e pela consultoria PwC, divulgado nesta quarta-feira (7). Para receber o título de bilionário e entrar no levantamento, a pessoa precisa ter patrimônio de ao menos US$ 1 bilhão – ou cerca de R$ 5,5 bilhões. A pesquisa mostra que, no mundo todo, eles são 2.189 pessoas, o maior número já apurado pelo levantamento.
Segundo o estudo, os bilionários brasileiros tinham, reunidos, US$ 176,1 bilhões em patrimônio em julho deste ano – cerca de R$ 968,5 bilhões. Em 2019, a riqueza de todos eles somada estava em US$ 127,1 bilhões – ou R$ 699 bilhões.
No mundo
Mas não foi exclusividade dos super-ricos brasileiros esse ganho no meio da pandemia, que derrubou a economia do mundo todo. O relatório revela que, no início da emergência sanitária, esse pessoal até perdeu dinheiro. Em abril deste ano, o patrimônio dos bilionários do mundo somava US$ 8 trilhões, 6,6% a menos do que no ano passado.
Mas não demorou muito para eles se recuperarem, ao contrário da economia mundial. Em julho, o patrimônio dos bilionários do mundo já estava em US$ 10,2 trilhões, 27% maior do que em abril. Para ter uma ideia da magnitude desse valor, o PIB do Brasil – tudo o que a economia brasileira produz em um ano – tem valor próximo de US$ 1,8 trilhão, para ser repartido por cerca de 210 milhões de pessoas.
De acordo com o estudo, a riqueza deles caiu com o tombo das Bolsas mundiais. Aí, com muito dinheiro, eles compraram ações com preço incrivelmente baixo e depois as venderam quando elas voltaram a valores mais perto do “real”, quando os mercados acionários subiram.
Fabíola Salani, Graduada em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo. Trabalhou por mais de 20 anos na Folha de S. Paulo e no Metro Jornal, cobrindo cidades, economia, mobilidade, meio ambiente e política.




