Desenvolvimento sustentável: Educação, consciência ambiental e atitude

“Com a liberdade, as flores, os livros e a lua, quem não é capaz de ser perfeitamente feliz?” Partindo dessa indagação do escritor irlandês Oscar Wilde, cabe destacar a educação como importante instrumento para perpetuar a flora, a fauna, o sorriso, a vida dos seres na terra.

O Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado no dia 5 de junho e, durante todo mês, o debate acerca do tema costuma ser enfático. Esse é um momento oportuno para refletir sobre a educação como aliada do desenvolvimento sustentável, afinal de contas o lema deste ano é: “Nossa Terra. Nosso Futuro. Nós somos a #GeraçãoRestauração”.

A sociedade é convocada a assumir a responsabilidade pela restauração de ecossistemas e pela promoção de práticas sustentáveis.

Garantir recursos naturais às futuras gerações é uma das missões mais desafiadoras. A grave crise climática no mundo acena que a humanidade precisa repensar os seus hábitos e atitudes, antes que seja tarde demais.

A catástrofe do Rio Grande Sul, que causou 175 mortes, desalojou cerca de 423 mil pessoas, afetou 478 municípios, e tem causado muita dor e sofrimento, é fruto dessa conjuntura.

O desmatamento desenfreado, especialmente na Amazônia, é outra questão problemática. Houve algumas reduções este ano, mas a taxa de desmatamento continua gritante. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) do Brasil apontou que a Amazônia perdeu cerca de 13 mil quilômetros quadrados de floresta entre 2022 e 2023.

A destruição dessa floresta tem ocasionado a perda de biodiversidade e acentuado drasticamente as mudanças climáticas, devido à liberação de grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera.

Conforme a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), aproximadamente 25% das terras agrícolas do mundo estão altamente degradadas, afetando a produtividade e a segurança alimentar.

O crescimento acelerado das cidades, o consumo excessivo, a produção de lixo descomunal, vem sangrando a natureza e ameaçando o futuro das próximas gerações.

O contexto é complexo e preocupante. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) revelou em relatório recente que o mundo precisa diminuir as emissões em 45% até o final desta década.

Segundo o estudo, se as emissões de gases causadores do efeito estufa se mantiverem no nível atual, a atmosfera vai aquecer 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais até 2040. A situação pode desencadear uma crise climática sem precedentes e gerar consequências muito mais ofensivas à humanidade.

Mesmo com as evidências dos fatos, o sistema capitalista insiste em sentenciar que é preferível produzir a preservar. O tempo todo o mercado cria necessidades e incita a ganância. Contrapor a lógica perversa do capital é uma tarefa árdua, mas possível. Se valendo do tripé: educação, consciência ambiental e atitude, pode-se minimizar os impactos ambientais sinalizados.

Nessa perspectiva, o aumento da consciência ambiental se faz premente, mas não basta despertar a consciência, atitude é indispensável. Teoria e prática caminham juntas. O comportamento de cada indivíduo determina a ordem ou desordem do planeta. É preciso estimular a formação crítica e ativa dos cidadãos. A escola pode se tornar um espaço de resistência em defesa do meio ambiente, introduzindo de forma mais efetiva a educação ambiental.

À luz da Lei nº 9.795/1999 que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental, a educação ambiental representa o conjunto de “processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente”.

Palestras, concursos de redação/poesia, campanhas educativas, entre outras ações focadas na pauta ambiental devem ser emplacadas em sala de aula e repercutidas na comunidade com mais frequência.

Lutar pela sustentabilidade é um ato de coragem, paciência e empatia. Precisamos escutar o clamor dos rios, dos biomas. A natureza tem alma e não perdoa maus-tratos. A construção de um futuro verde e abundante depende de todos. Agir transforma.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores dos Estabelecimentos de Ensino (Contee) abraça essa causa e recomenda: plante árvores, recicle objetos, faça coleta seletiva, produza menos lixo, evite desperdício, cuide das matas ciliares.

Enfim, fortaleça a corrente do bem mudando paradigmas, adotando hábitos sustentáveis. A soma de pequenas atitudes gera grandes resultados. O equilíbrio do ecossistema importa. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Espalhe esperança e felicidade.

Por Romênia Mariani

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